A imagem de um cachorro com o corpo suspenso, enrolado em fios e preso a uma árvore em Montes Claros, viralizou nas redes sociais e ao mesmo tempo que atraiu demonstrações de revolta pela crueldade, mostrou que a violência contra os animais domésticos, assim como a falta de punição para os autores, como é o caso desta ocorrência, está cada vez mais constante, como relatam protetores. Essa realidade de maus tratos e abandono é vista, diariamente, pelas ruas da maior cidade do norte de Minas.
Em busca de solução para a questão, que está presente em várias outras cidades mineiras, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente criou um programa de resgate a animais domésticos para dar suporte a organizações não governamentais (ongs) que fazem esse trabalho. O objetivo é promover o bem-estar e a proteção de animais domésticos, diminuindo a incidência de maus tratos e a permanência de cães e gatos nas ruas. Cada uma das seis entidades selecionadas receberá veículo do tipo pick-up zero km, cabine simples, motor flex, avaliado em R$ 117,4 mil, que deverá ser utilizado nas ações de resgate.
Protetores
A protetora de animais Cláudia Bacchi, que mantém um abrigo graças à ajuda de voluntários e está em processo de formalização para pleitear recursos públicos, acredita que apoio governamental aos protetores é importante para que eles façam um trabalho grandioso. “Quem sempre sai ganhando são os animais, porque todos trabalham pela mesma causa, ou seja, o bem-estar dos animais em situação vulnerável, vítimas de maus tratos e abandono”, diz ela.
Márcia Valadares, responsável pela Associação Apelo Canino, celebra a iniciativa, mas sugere que os editais contemplem outras situações. “Estamos em um momento difícil, com muito abandono e quem adotou, está devolvendo. Os recursos a cada dia estão mais escassos. É uma bela iniciativa, mas precisamos também que liberem recursos para reforma e manutenção de abrigos”, afirma.
Inscrições
A participação neste edital está aberta a entidades privadas sem fins lucrativos, sociedades cooperativas e organizações religiosas. Alguns dos requisitos exigidos são, no mínimo dois anos de existência, experiência prévia e capacidade técnica para as ações de resgate, entre outros.