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Professor é indiciado por crimes sexuais

Segundo a Polícia Civil, docente da Unimontes cometia delitos dentro da própria universidade

Larissa Durães
Publicado em 27/03/2023 às 22:55.
O caso teve início a partir de notícia-crime que veio da universidade, explicou a delegada (LARISSA DURÃES)

O caso teve início a partir de notícia-crime que veio da universidade, explicou a delegada (LARISSA DURÃES)

Um professor de 46 anos do curso de História da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) foi indiciado por crimes sexuais contra cinco alunas com idades entre 20 e 24 anos. O homem abordava mulheres vulneráveis, com quadros de ansiedade e depressão, com temas de cunho sexual, citando técnicas de bondage, disciplina de dominação, submissão e sadismo (BDSM) propondo hipnose e sessões de relaxamento, na própria universidade, segundo a polícia.

A investigação começou depois que a coordenação do curso enviou um relatório à Polícia Civil, com informações de supostos crimes sexuais sofridos por algumas acadêmicas, informou a delegada Karine Maia, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Montes Claros. Ainda conforme a polícia, os fatos eram apurados desde 2019. 

“Foram várias alunas abordadas pelo professor, que sempre marcava encontros na casa dele, e na Unimontes, tirando fotos não autorizadas e feitas dentro da universidade, em que (as moças) estavam amordaçadas e vendadas”, disse a delegada. “Então, o que mais chamou atenção foi a forma audaciosa, essa forma constrangedora como ele abordava as alunas”, ressaltou Karine Maia.
 
CRIMES
O professor foi indiciado por cinco assédios sexuais, crimes que preveem pena de um a dois anos de detenção. Já o crime de importunação sexual tem na legislação a previsão de um a cinco anos de reclusão. 

No caso do professor, há ainda possibilidade de enquadramento em outros dois crimes de registro não autorizado de identidade, por causa das fotos feitas das vítima, ainda que não publicadas. Para estes casos, a reclusão é de seis meses a um ano, além do pagamento de multa. 

“As penas poderão subir. Vai depender de várias circunstâncias, não dá para cravar se serão mesmo essas. Depende se o promotor vai confirmar as acusações, depende dos precedentes do acusado. A individuali-zação da pena depende de vários fatores”, diz a delegada. 

Até o momento, não há pedido de prisão devido à colaboração da universidade e do autor com a investigação. Para os investigadores, não há justificativa para prisão preventiva ou temporária. “A partir de agora, o autor, que foi indiciado, com inquérito remetido à Justiça, vai ter que esperar o promotor analisar o caderno de provas e decidir se vai oferecer denúncia confirmando ou não o indiciamento”, explica a delegada. 
 
SINDICÂNCIA ACADÊMICA
A Unimontes informou que após conhecimento dos fatos, em outubro de 2022, determinou abertura de sindicância para a apuração das denúncias, que culminaram em Processo Administrativo Disciplinar (PAD). “O processo foi aberto e também nomeada comissão processante e os trabalhos encontram-se em fase de conclusão”. 

Procurada pela reportagem, a advogada do professor disse que não tinha autorização dele para falar sobre o caso, e que ainda não teve acesso ao inquérito. 

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