Lotes vagos causam riscos e transtornos no Augusta Mota (Márcia Vieira)
Moradores dos bairros Alcides Rabelo e Augusta Mota, em Montes Claros, enfrentam problemas semelhantes e recorreram à imprensa para denunciar a falta de ação da administração municipal diante de questões já reclamadas.
No primeiro, localizado na parte norte da cidade, próximo à avenida que dá acesso à atual sede da prefeitura, os residentes apontam que o espaço onde deveria ser uma grande avenida se transformou em depósito de lixo e habitat de animais peçonhentos. “É um lixão a céu aberto. Não tem uma solução, uma conclusão. Quando reclamamos, eles mandam uma máquina para limpar. No dia seguinte, é ponto de despejo de carroceiro e fica tomado pelo lixo novamente”, diz Sabrina Helena, moradora do bairro. Ela destaca que a “Avenida Mil”, que faz a ligação entre o Parque de Exposição e o bairro Planalto, possui um projeto em pauta, mas que permanece estagnado. Enquanto a iniciativa não se concretiza, os moradores da região enfrentam sérios problemas decorrentes dessa situação.
“Tem mau cheiro e muito escorpião invadindo as residências, tudo por causa desse lixão. E o meio-ambiente sendo tratado como nada. Um agravante é que tem um córrego que passa ao lado do lixão e os dejetos caem nesse córrego. Um desrespeito tanto a nós, moradores, quanto ao meio ambiente”, reclama Sabrina, pontuando que não vê, por parte da prefeitura, uma iniciativa que dê fim ao problema. “Temos vários lotes abertos. A prefeitura não toma uma providência para o proprietário murar o lote, nem coloca caçambas para receber os entulhos, o que seria uma solução viável”, sugere.
No Bairro Augusta Mota, o problema se repete. M. H., moradora da rua Henrique Chaves, conta que a prefeitura recentemente fez asfalto na rua Osmar Cunha, que cruza com a sua, mas o meio-fio foi iniciado e a prefeitura abandonou o serviço, justamente na frente de um lote aberto pelo proprietário. Este também sumiu do local sem fechar o lote novamente.
“Nós não conseguimos falar mais com o proprietário, ele derrubou uma parte do muro e desapareceu. Não voltou para murar o lote e o pedaço do muro que ficou está prestes a desabar. A prefeitura nada faz, mesmo tendo sido procurada várias vezes”, diz a moradora, acrescentando que tudo isso acontece ao lado de uma igreja. “Os frequentadores, na maioria idosos, correm risco. E nós estamos indignados com a inércia da prefeitura. Qualquer ocorrência que venha a ter será de responsabilidade da prefeitura, pois eles já foram avisados da situação”, destaca.
Outra moradora, que pediu para não ser identificada, relatou que ansiava pelo asfalto, mas o serviço pela metade acabou trazendo mais problemas do que soluções. “Asfaltaram a rua, não colocaram redutor de velocidade ou sinalização adequada e já aconteceu um acidente grave. Agora, esse lote meio aberto, meio fechado trouxe mais dor de cabeça. Tem pouca luz no quarteirão e o perigo está aí. A prefeitura só toma atitude depois de uma tragédia”, disse.
Há mais de uma semana, enviamos uma solicitação à Prefeitura de Montes Claros sobre os lotes abandonados em diversos pontos da cidade, mas não recebemos resposta. Na última terça-feira (17), reiteramos o pedido, incluindo dois bairros mencionados, porém, até o fechamento desta edição, a prefeitura não se manifestou.