Naíma Rodrigues
Repórter
onorte@onorte.net
Na tarde de quinta-feira, no Quarteirão do povo, fiscais da prefeitura apreenderam a mercadoria dos vendedores de pequi do local. A situação gerou indignação por parte de populares que presenciaram a cena. Acompanhados de viaturas da polícia militar, os fiscais abordaram os vendedores de pequi, despejando todo o conteúdo no chão.
- Isto é uma covardia. Tirar o direito de a pessoa ganhar seu dinheiro honestamente. Estes vendedores investiram seu dinheiro nisso, para a prefeitura vir e jogar tudo no chão... A prefeitura manda todo mundo embora e não deixa ninguém trabalhar honestamente - falava Maria de Jesus, que presenciava a cena de perseguição.
Homens da prefeitura, protegidos pela PM, cercam vendedor antes de jogar produtos no chão.Transeuntes protestam
(foto: Wilson Medeiros)
O Norte também presenciou toda a ação dos fiscais e a indignação dos trabalhadores que tiveram seu material de trabalho apreendido pela prefeitura. Um deles, em meio ao nervosismo, saiu chutando tudo que estava na frente. Angustiado, explodia de raiva e ódio ante a situação a que foi exposto.
Logo após o ato de apreensão do material, os fiscais entraram num carro e rapidamente saíram do local.
PROTESTOS
Sirlei Alves, dona de casa residente no Esplanada, que presenciou a cena de violência, em voz de desconsolo e compartilhando o sofrimento do vendedor, disse:
- Eu acredito que eles (os ambulantes) não deveriam ficar expostos assim, mas deveria haver uma conversa, e não ficar jogando o trabalho dos vendedores de pequi no chão. Antes trabalhar do que roubar.
- O prefeito não poderia deixar isso acontecer, agora espero que ninguém mais vote nele. O prefeito não deixa ninguém fazer nada, e agora vem um fiscal com toda essa covardia com os trabalhadores - dizia Sebastião Rodrigues.
- A prefeitura agiu muito mal, afinal, todo mundo tem o direito de trabalhar. A prefeitura está judiando de um pai de família que precisa trabalhar – afirma o vendedor Carlos Antônio.
Eles alegam que não há como sustentar uma família somente com um salário mínimo; caso o fizessem, passariam fome. Sugerem que a prefeitura providencie um local adequado para que sejam realizadas as vendas, já que esta é a única fonte de renda que têm.
- Se você coloca um revólver na cintura, ninguém faz nada, agora vai trabalhar, os homens não deixam e jogam tudo na rua. Esse prefeito tem que sair da prefeitura, ele não faz nada certo – diz o vendedor Sinvaldo de Oliveira.
