População busca alternativas no mercado de trabalho

Jornal O Norte
Publicado em 08/11/2006 às 10:54.Atualizado em 15/11/2021 às 08:44.

Ticyana Fonseca


Repórter


ticyana@onorte.net



Formas alternativas para conseguir sobreviver, que são buscadas com o passar do tempo, têm sido utilizadas cada vez mais por pessoas que vendem salgados na rua, que vendem trabalhos artesanais ou outros tipos de trabalho manual.



Buscar trabalho com objetivo de renda exige cuidadosa preparação e meticuloso planejamento. Num país como o Brasil, de desenvolvimento econômico insuficiente, inserir-se e manter-se no mercado de trabalho, é tarefa difícil. Primeiramente, é preciso ter consciência das diversas modalidades de inserção no mercado de trabalho. O emprego é a relação de trabalho mais difundida, mas que se encontra em crise. O volume de pessoas que procuram emprego e não encontram é elevado em todo o Brasil.



DADOS



Mais da metade dos brasileiros que trabalham não é de empregados, segundo o IBGE - Instituto brasileiro de Geografia e Estatística. Para se encontrar um emprego é preciso estar aberto a todas as possibilidades, verificando as vagas disponíveis nas empresas privadas, nos concursos públicos, as oportunidades em regiões diversas do país e as ofertas sazonais (eventos, feiras etc). A comunicação é uma poderosa aliada de quem procura emprego: é fundamental avisar parentes e amigos sobre a intenção de se conseguir um emprego, pedindo ajuda que se referem às informações, orientações e indicações.



MONTES CLAROS



Em Montes Claros, o número de pessoas que têm buscado formas alternativas de emprego está em crescente demanda, abrangendo pessoas que estão nas praças vendendo lanches, frutas e trabalhos como tapetes feitos artesanalmente. Boa parte dessas pessoas diz conseguir sobreviver com o que ganha e consegue sustentar os filhos com dignidade.






Marcionila Gonçalves ganha a vida vendendo


tapetes artesanais
(foto: Wilson Medeiros)



- Levo cinco dias para fazer os tapetes. Não faço outra coisa, até porque não consigo nem mesmo arrumar a casa, pois tenho problemas em todas as partes do corpo. Compro retalho por cinco reais e vendo o tapete por oito. Tenho vários clientes, mas não dou conta de tanta encomenda por estar fraca - relata Marciolina Gonçalves Pereira, de 76 anos e mãe de 11 filhos.



- Para a memória é muito bom, pois sou aposentada e coloco a memória para trabalhar. O que ganho com a aposentadoria é muito pouco e, então, preciso desse trabalho.



DISCRIMINAÇÃO



Carlos Antonio, que é pintor, diz que o mercado não emprega mais pessoas acima de 40 anos.



- Não pego mais trabalho, porque para o mercado sou inútil. Prefiro vender meus salgados na rua, pois tenho clientes fixos.



- Ganho em torno de 30 reais por dia, o que é mais que suficiente.



- Trabalho e sobrevivo com que eu ganho. Com as vendas dos salgados, sustento meu filho de 13 anos e minha esposa. Graças a Deus não passamos necessidades - completou Carlos Antonio.



Buscar trabalho e renda exige preparo e muita força de vontade. Mas, exige também muita sensibilidade para se perceber as reais oportunidades.

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