
O protesto de trabalhadores das forças de segurança em Minas reuniu cerca de 40 mil manifestantes nas ruas de Belo Horizonte ontem. Destes, 200 seriam servidores de Montes Claros que viajaram à capital mineira em pelo menos quatro ônibus para participar do ato e cobrar recomposição salarial de 37,75% ao governo Zema. Foi a terceira manifestação de grande porte desde o anúncio da paralisação dos servidores, em 21 de fevereiro.
“Toda a categoria da segurança pública está indignada com a postura do senhor governador Romeu Zema. A indignação se deve pelo fato de que em 2019 fizemos um acordo pacífico com o governador de uma recomposição salarial, e não de aumento salarial. Desde 2015 estamos sem essa recomposição, que seria da ordem de 41% dividido em três parcelas”, diz Emerson Mota Rocha, diretor regional do Sindicato dos Policiais Civis no Norte de Minas.
Segundo Rocha, Zema enviou o projeto de lei para a Assembleia para garantir o reajuste. A parcela de 2020 foi a única paga - o que a categoria, segundo o sindicalista, vê como uma quebra de acordo.
“Essa é a indignação que tem subido à cabeça dos profissionais do Norte de Minas e dos profissionais de segurança pública de toda Minas Gerais. Ele (o governo) está querendo esticar a corda e pagar para ver. As forças de segurança pública não podem ser tapeadas desse jeito”, diz Rocha, que afirma que projetos para reajuste do Judiciário, do Ministério Público, dos servidores da Assembleia e do TRE foram enviados. “Pra nós não tem dinheiro para pagar. Mas para outras categorias tem? Então nós não vamos aceitar. Vamos ficar mobilizados até que o governo demova esse seu posicionamento”, diz.
MANIFESTAÇÃO
Em BH, os manifestantes se reuniram a partir das 9h na Praça da Estação e caminharam em direção à Praça 7, no Centro - onde o trânsito chegou a ser interrompido durante um momento do protesto, contrariando recomendação do Ministério Público para que vias públicas não fossem obstruídas.
Por volta das 14h30, a maior parte dos servidores se dirigiu à Praça da Liberdade.
Após o fim do protesto na Praça da Liberdade, parte dos servidores seguiria para a Cidade Administrativa.
De acordo com o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol), os manifestantes ficariam no local por tempo indeterminado, aguardando uma conversa do governador Romeu Zema (Novo) com lideranças sindicais.
A proposta do governo é reajustar os salários dos servidores em 10,06%, conforme projeto enviado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em 24 de fevereiro.
Na última segunda-feira, a secretária de Planejamento e Gestão do governo de Minas Gerais (Seplag), Luísa Barreto, afirmou que a proposta do governo está no limite legal.
De acordo com a secretária, a lei impede que o Estado ofereça reajustes específicos para cada categoria. E o Estado não tem dinheiro para oferecer um aumento maior do que a proposta oferecida para todo o funcionalismo público.