Quatro pessoas foram presas durante ação da Polícia Civil de Montes Claros na tarde da última quarta-feira (11) suspeitas de comandarem uma quadrilha de tráfico de drogas na cidade. O grupo também teria envolvimento com a morte de um delegado na Bahia, lavagem de dinheiro e assalto a bancos.
Três homens – de 28, 32 e 37 anos – e uma mulher de 24 anos foram presos em flagrante no momento em que circulavam para comercializar a droga. O homem de 37 anos, que seria o líder da quadrilha, tem um mandato em aberto na Bahia, possui envolvimento na morte de agentes de segurança pública e também teve um irmão morto pela Polícia Militar em confronto após assalto a banco no município de Matias Cardoso.
De acordo com o delegado titular da Delegacia Antidrogas e Delegacia de Investigações Especiais, Alberto Tenório Cavalcante Filho, a operação teve início no final de 2020, quando a PC recebeu informações de que alguns traficantes estavam ganhando força na comercialização de drogas em Montes Claros durante a pandemia.
A atuação dos criminosos seria por meio do telepó. “Essa foi uma modalidade que cresceu de forma considerável durante a pandemia e essas pessoas já estavam ganhando quantidade financeira considerável e também efetuando lavagem de dinheiro com empresa constituída na cidade que vendia lanches e sanduíches em bairros de classe média alta”, explica o delegado.
NOBRE
O líder do grupo morava no bairro Ibituruna, área nobre da cidade, e as investigações apontam a comercialização da droga para pessoas de alto poder aquisitivo. Foi feito um vídeo durante as investigações que mostra a entrega de drogas para um trabalhador da área da saúde em um bar no bairro São Luís.
Esse trabalhador vai responder pelo crime de uso e também por informação aos traficantes. Todas as contas dos envolvidos foram bloqueadas pela Justiça, bem como carros, residências, móveis e imóveis.
Durante a operação também foi apreendida cerca de 70 papelotes de cocaína e duas maquinetas de cartão que comprovam que o grupo facilitava o comércio para os usuários e também através de PIX.
O líder do grupo já foi preso em Montes Claros em 2019 por tráfico de drogas e foi solto em 2022. Desde 2016 vinha praticando atividades ilícitas na cidade.
INVESTIGAÇÃO
Segundo o delegado, outras pessoas estão sendo investigadas por fazerem parte do esquema. Todo o patrimônio do grupo está sendo levantado, mas ainda não houve tempo para avaliação de todos os bens. O grupo chegou a usar o CPF do presidente da República, que na época era Michel Temer, para cadastro de celulares usados no crime.
O delegado Regional da Polícia Civil, Herivelton Ruas Santana, ressalta que a operação realizada pela Polícia Civil reforça o compromisso da instituição “em agir de forma especializada, não só com a apreensão de drogas, mas identificando a atuação específica de organizações criminosas, trabalhando com o crime de lavagem de dinheiro”.
Ele destaca que o bloqueio de contas bancárias movimentadas pelos traficantes é fundamental para tentar estancar a prática desse crime na região.
Os quatro suspeitos estão em prisão temporária, que pode ser convertida em preventiva até o final da investigação. E devem cumprir pena em Montes Claros.