
Manter a tradição de trocar ovos de chocolate nessa Páscoa está sendo um desafio para o consumidor. A alta assustadora no preço das guloseimas impede que o produto se encaixe no orçamento doméstico. Em média, ovos de Páscoa, chocolates e derivados estão 17% mais caros em comparação ao ano passado. Mas há produtos com variação de até 70%, aponta pesquisa realizada pelo Setor de Índice de Preços ao Consumidor do Departamento de Economia da Unimontes.
A saída para muitas pessoas, além da pesquisa, é optar por montar cestas de chocolates e balas para presentear, pois as barras e bombons registraram aumento menor – em média 8,2%.
Vendedor de uma loja de doces no centro de Montes Claros, Maurício Rodrigues conta que o que está saindo mais são balas, doces, bombons e barras de chocolates. “As pessoas estão fazendo suas cestas ou os próprios ovos e compram as coisas em unidades para formar o conjunto em casa”, informa.
Maurício diz que o aumento nos ovos de Páscoa foi bem alto em comparação com o ano passado. “Os ovos que compramos são de marcas inferiores, mesmo assim, aumentou em 70%. A gente vendia um ovo de 50 gramas por R$ 4,90, hoje vendemos por R$ 7,90”, compara.
Neste cenário de preços altos, o movimento está muito abaixo do esperado. A expectativa dos comerciantes – que projetavam um aumento de 15% nas vendas – é a de que as vendas melhorem até domingo, já que muita gente deixa as compras para a última hora.
ARTESANAIS
E se o ovo de chocolate industrializado está pesando no bolso, outra saída para manter a tradição da data são os produtos artesanais. Eles têm preços melhores e apresentam uma grande variedade de formas, tipos, tamanhos e sabores.
O ovo feito em casa é a única opção para a arquiteta e urbanista Ana Clara Carvalho ganhar o produto e também presentear. “Vou fazer para mim e para minha mãe, assim a gente também pode dar de presente. Sai mais barato e a gente consegue fazer com maior variedade, economizando bastante”, garante.
Mesmo assim, com o preço do chocolate mais caro neste ano, ela teve que optar por uma marca mediana. “Vou fazer com marca intermediária. Mesmo assim, acho que aumentou quase 100%”, lamenta.
Uma pesquisa realizada pelo Procon de São Paulo entre os dias 14 e 17 de março, em sites que vendem o produto, apontou um aumento de 2,36% no preço médio dos bombons, de 13,02% nos tabletes de chocolate e de 19,53% no preço dos ovos de Páscoa em relação ao mesmo período do ano passado.
VARIAÇÃO
Mas quem não está disposto a abrir mão dos ovos de Páscoa vai ter que pesquisar bastante antes de comprar. Levantamento feito pela Unimontes mostra que a guloseima pode sofrer variações de até 28% entre os estabelecimentos.
Foi o que fez a dentista Geane Soares. Para não passar a Páscoa sem os ovos para as crianças, foi necessário pesquisar. “Procuramos em locais que estão tendo promoções melhores só para não passar em branco mesmo”, conta.
*Com Larissa Durães