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Onda de calor castiga uns e ajuda outros em MOC

Altas temperaturas têm aumentado a procura por sorvetes e água mineral na cidade

Manoel Freitas
Publicado em 15/03/2023 às 20:25.
Mototaxista há 20 anos, Ivanilton disse que não se lembra de um mês de março tão quente como o deste ano (Manoel Freitas)

Mototaxista há 20 anos, Ivanilton disse que não se lembra de um mês de março tão quente como o deste ano (Manoel Freitas)

Na última terça-feira, ao meio-dia, os termômetros na área central de Montes Claros ultrapassaram 31º C, com sensação térmica de 41º C. A onda de calor é intensificada em função da concentração de grandes edificações de concreto armado e asfalto na região e ainda pela diminuição gradativa de áreas verdes no perímetro urbano. A combinação cria ilhas de calor, sentidas mesmo quando anoitece. 

E a julgar pela previsão para a próxima semana, não haverá refresco: 32º C até domingo (19), voltando na próxima semana a 31º C. Isso, embora um dos maiores institutos de meteorologia do país, o Climatempo, prever sol e aumento de nuvens de manhã, com pancadas de chuva à tarde e tempo aberto à noite. Alheia às previsões, a população se protege de todo jeito, porque o ambiente quente faz o corpo perder a capacidade de dissipar o próprio calor.

Tudo explicado na publicação do Governo de Minas, através da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), e da União, por intermédio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), intitulada Atlas Solarmétrico de Minas Gerais Microrregiões de Januária, Janaúba, Montes Claros e Pirapora têm, pela ordem, maiores incidências solares (luminosidade) em Minas Gerais. 
 
FUGINDO DO CALOR
As temperaturas elevadas têm aumentado o consumo de picolés e sorvetes desde janeiro, ao contrário de outros anos, nos quais o fenômeno ocorria a partir do segundo semestre, com pico de vendas em setembro. Palavras do comerciante de sorvetes, Daniel Martins, há 50 anos no mercado. Por outro lado, garantiu que a demanda por si só não eleva os preços do produto, “porque o que define a alteração de nosso preço é o valor cobrado pelos fornecedores, então - quando não tem jeito - a gente repassa o aumento e não o período de mais ou menos calor”.

Mototaxista há 20 anos, Ivanilton Miranda Franco, de 49 anos, morador do Bairro Camilo Prates, disse ao O NORTE não lembrar de um mês de março tão quente. Para se proteger, além de aplicar protetor solar a cada cinco horas, faz uso de mangas extras e luvas. Do ofício, sustenta três filhos, “então trabalho no mínimo dez horas por dia e, se não fosse esse zelo com o rosto e com os braços, certamente teria doenças de pele”. 

A poucos metros, a reportagem ouviu o ambulante Flávio Mendes, morador do Bairro Santa Rita. Disse que “já tenho meu lugarzinho no ponto de ônibus da Praça Doutor Carlos há dez anos”, onde, sobretudo nos meses de maior calor, ganha o suficiente para o sustento dos três filhos. Hoje com 45 anos, Flávio revela que nos dias de grande insolação chega a dobrar as vendas, “o que é muito bom porque água não tem preço, compro garrafa de 500 ml por R$ 1 e revendo a R$ 2 e até R$ 2,50”. 

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