Representantes dos 53 municípios sob jurisdição da gerência regional de saúde de Montes Claros se reuniram ontem na sede da GRS, para discutir a realização da segunda etapa da Campanha de Multivacinação, que acontecerá no dia 25 de agosto. Durante a reunião, foram levantadas sugestões de conscientização da população sobre a importância e a necessidade da vacinação das crianças, além de preparar as equipes que irão trabalhar na campanha, que terá a participação do personagem Zé Gotinha, uma das atrações do dia.

(foto: Wilson Medeiros)

As doses da vacina Sabin já estão à disposição dos municípios, no setor de imunização da gerência. São 4.877 frascos contendo 25 doses cada um, o que representa 121.925 doses que serão distribuídas aos municípios que fazem parte da GRS.

Cerca de 40 técnicos da GRS de Montes Claros estão trabalhando no suporte a estes municípios, que já possuem equipes formadas para a realização da campanha, que tem como meta atingir uma cobertura de 95% de crianças, menores de cinco anos, imunizadas.

Para a diretora da GRS, Olívia Pereira Loiola, não cumprir esta meta significa abrir as portas para a poliomielite, já foi erradicada no Brasil, pois há 15 anos o país não apresenta casos da doença.

- Mesmo já havendo a erradicação, é importante que as crianças sejam vacinadas, pois ainda existem paises com circulação deste vírus. Todos os municípios têm a obrigação de estar oferecendo as vacinas e os pais a responsabilidade de levar os filhos para serem imunizados - destacou Olívia Loiola.

Também estarão disponíveis vacinas como a tetravalente – contra a difteria, tétano, coqueluche e meningite –, a tríplice viral, que protege contra o sarampo, rubéola e caxumba, além de hepatite B, rotavírus e febre amarela.

DOENÇA

A poliomielite é uma doença causada por um enterovírus, denominado poliovírus. É mais comum em crianças - paralisia infantil -, mas também ocorre em adultos. A transmissão do poliovírus selvagem pode se dar de pessoa a pessoa através de contato fecal-oral, o que é crítico em situações onde as condições sanitárias e de higiene são inadequadas. Crianças de baixa idade, ainda sem hábitos de higiene desenvolvidos, estão particularmente sob risco. O poliovírus também pode ser disseminado por contaminação fecal de água e alimentos.

A poliomielite se encontra em fase de erradicação global. No entanto, a transmissão do poliovírus selvagem persiste em alguns países. Para a efetivação de sua eliminação, as atividades de vigilância epidemiológica e de vacinação devem ser priorizadas. A Organização Mundial de Saúde (OMS), em maio de 1988, na 41ª Assembléia Mundial de Saúde, elaborou uma resolução com o objetivo de erradicar a poliomielite causada por vírus selvagem.

Para isso, são utilizadas, até hoje, três estratégias: altas taxas de cobertura vacinal, instituição de doses suplementares, por meio de dias nacionais de vacinação, e, finalmente, o desenvolvimento de programas de vigilância epidemiológica e laboratorial eficazes. Os resultados obtidos foram expressivos, o que levou à erradicação da pólio em quase todo o planeta.

Algumas regiões ainda são afetadas pela doença. De 2003 a 2005, o continente africano apresentou circulação do vírus, o que representou um retrocesso. Países com fragilidade nas ações de vigilância, onde a poliomielite já se encontrava erradicada, foram reinfectados devido ao fluxo migratório de pessoas vindas de locais onde a doença é endêmica, isto é, que ocorre durante o ano todo. A pólio se propagou para 16 países. Em 2006, Paquistão, Índia, Afeganistão e Nigéria permaneceram endêmicos para pólio. Apesar dos desafios, o mundo tem se aproximado da erradicação da doença.