
As montes-clarenses jovens têm mais interesse em votar na próxima eleição que os rapazes da mesma idade. É o que mostram dados de alistamento eleitoral na maior cidade do Norte de Minas. De janeiro a março de 2022, representantes do sexo feminino foram a maioria dos jovens de 16 e 17 anos que tiraram título de eleitor pela primeira vez. Dos 3.594 que se alistaram neste período, 2.104 são mulheres, 41,20% a mais que os homens (1.490). O prazo para pedir a primeira via do documento, indispensável para votar, termina em 4 de maio.
A chefe da 317º zona eleitoral de Montes Claros, Sirleide Maria, explica que a campanha para tirar o primeiro título está funcionando. “A procura está sendo muito grande”, diz. Em todo o país, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou, no primeiro trimestre, um aumento de 25,4% na quantidade de jovens com menos de 18 anos que se alistaram para votar em outubro.
Segundo Sirleide, também é grande a procura pelo documento via Título Net, canal virtual de serviços do TSE.
Já para a chefe da 184º Zona Eleitoral de Montes Claros, Helen Guimarães da Silveira, além das propagandas promovidas em rádio, internet e televisão, o aumento da demanda se dá também pela aproximação da data-limite para o alistamento, daqui a nove dias.
“Hoje, nós temos um número de alistamento de jovens superior ao número de revisões eleitorais, porque é ano de eleição, e isto é bom”. Helen diz que no início do ano o TSE promoveu uma semana do jovem eleitor, chamando os jovens para o alistamento e explicando a importância da adesão. “O que também foi bom, pois surtiu efeito”, diz.
Mas ela faz um alerta: “Ainda faltam 42 mil eleitores em Montes Claros resolverem pendências com a Justiça Eleitoral. Todos estes títulos estão cancelados. É preciso correr”, adverte.
Quem se apressou para tirar o primeiro título de eleitor foi Kleidson Alves Costa, de 17 anos. Para ele, o título é um instrumento para ajudar o país. “Acredito que o Brasil precisa de uma mudança extrema e às vezes pessoas adultas não conseguem ter este critério de mudança, pois já possuem seus pré-conceitos formados”.
Kleidson diz que tanto ele quantos amigos que tiraram o título procuram estudar as propostas e histórias dos possíveis candidatos e já sabem em quem irão votar. “Na minha escola, já tivemos várias discussões sobre isto dentro da sala de aula, e entendemos que o Brasil é onde a gente mora. Precisamos de um futuro melhor e de uma educação melhor, pois, se tivermos jovens educados, teremos um Brasil sem muita criminalidade, sem muita gente desempregada ou passando fome”, diz, convicto.