Na tarde da última segunda-feira (8), os moradores do Edifício Roma, situado no cruzamento da Avenida Mestra Fininha com a Rua Cassimiro de Abreu, no bairro Cândida Câmara, precisaram evacuar rapidamente o prédio devido ao surgimento de uma rachadura em uma das paredes do imóvel. A vizinhança próxima ao prédio também foi evacuada pelas autoridades.
Em conversa com a imprensa local, o secretário de Defesa Civil (DC), Anderson Chaves, explicou que, em parceria com o Corpo de Bombeiros, a DC realizou o primeiro levantamento na área interna do prédio. Além disso, mencionou que a construtora estava se preparando para reforçar o vértice do edifício, visando garantir a estabilidade e prevenir outras possíveis instabilidades.
“O engenheiro responsável pela edificação, pelos cálculos, está a caminho e todos os levantamentos para garantir a segurança de todos estão sendo feitos. Os moradores serão remanejados para o hotel, pelo menos até amanhã, até que a gente tenha um laudo conclusivo por parte da empresa, por parte da Defesa Civil e dos Bombeiros, que não representem risco para nenhum morador. Foi evacuado o prédio e duas casas que estão abaixo”, comentou.
Em uma conversa, Daniel Pimenta, morador do 18º andar, o último pavimento do edifício, relatou que todos os residentes foram alertados pela portaria para evacuar o prédio. “Inicialmente, foi uma sensação de um tremor de terra igual a outros que já teve em Montes Claros, mas, logo depois, a gente recebeu o aviso para descer e quando a gente desceu a gente viu um trincado no prédio, um trincado com tijolos expostos, aí que a gente viu uma gravidade maior”, relatou.
Rosany Araújo, moradora do Edifício Roma, relata que, por volta das 13h, ouviu um estrondo, e alguém constatou que o pilar do prédio estava exposto. Com medo, Rosany saiu do apartamento com seus filhos de 14, oito e sete anos. “Saíram as crianças descalças, de roupa íntima, segurando seus animais, todo mundo desesperado, com cachorro, gato. Todo mundo correu com a roupa do corpo, sem nada. Não deu tempo de levar nada. Documento, não deu tempo, foi um desespero total, porque a gente não sabia até que posição que estava realmente acontecendo” relatou.
“Nós estamos sem roupa, todo material de trabalho nosso está lá, documento. Eu, sinceramente, não pensei ainda, a ficha não caiu, está todo mundo sem saber o que fazer. Por enquanto, nada foi resolvido ainda, apenas o local onde nós vamos ficar, que são dois hotéis. Enfim, não pensamos em nada, como vai ser daqui para frente, que tudo nosso está lá” completa preocupada a moradora.
PROTEÇÃO
O coronel do Corpo de Bombeiros, Júlio César Toffoli, esclareceu que o edifício está passando pelo estágio de escoramento da estrutura, com cinco pavimentos escorados a partir da base do subsolo, enquanto aguarda a chegada da equipe de engenharia responsável.
“Chegando no local, constatamos que houve um deslocamento no pilar de sustentação e o prédio foi imediatamente, assim como a vizinhança, foram evacuados por questões de segurança. A Defesa Civil do município e a empresa responsável pela construção do prédio chegou ao local, nós fizemos uma reunião pra definir as ações daí pra frente e foi definido que a medida mais acertada no momento seria um escoramento pra estabilização da estrutura” informou o militar.
“Em princípio, a estrutura, a base que é a parte mais importante da edificação, ela está íntegra. Então, tudo indica que assim que fizer o escoramento e fazer o reparo nessa viga possivelmente vai ser recuperado a edificação e os moradores poderão ter retorno” completou Toffoli.