Vítima de 30 anos teve o corpo ocultado pelo companheiro em uma área de mata em Uruará
Karine foi morta na madrugada do dia 7 de julho no estado do Pará (Arquivo pessoal)
O corpo de Karine Gabriele Santos, de 30 anos, foi encontrado em uma área florestal a 40 km de Uruará, no estado do Pará, no dia 18 de setembro. Natural de Montes Claros, Karine havia sido morta pelo companheiro, de 35 anos, na cidade de Uruará. A família dela havia registrado seu desaparecimento em Montes Claros, ocorrido em julho deste ano. O crime aconteceu na madrugada de 7 de julho. Se condenado, o autor poderá enfrentar penas que variam de 20 a 30 anos por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, além de possíveis acusações relacionadas à violência doméstica.
Em coletiva de imprensa realizada na manhã dessa segunda-feira (23), a Polícia Civil de Minas Gerais, em conjunto com a Polícia Civil do Pará, revelou detalhes da investigação. Segundo o delegado Bruno Rezende, responsável pela Delegacia de Homicídios, informações obtidas por meio de inteligência permitiram identificar que a vítima estava em Uruará. A colaboração entre as polícias resultou na prisão do autor, que confessou o crime, alegando uma desavença com a vítima.
O delegado Leandro Benício, da Polícia Civil do Pará, destacou que o autor não registrou o desaparecimento da companheira, apesar da busca ativa da família. “Ele levou uma vida normal durante 39 dias e frequentou bares na cidade”, informou. O autor alegou ter matado a vítima por sufocamento durante uma discussão motivada por ciúmes. Apesar de afirmar estar arrependido, sua atitude durante os procedimentos policiais foi descrita como tranquila e fria.
A vítima, que mantinha contato constante com a família por meio de ligações e áudio, passou a responder aos familiares por mensagem de texto e depois desapareceu.
Dayane Santos, irmã da vítima que esteve presente na coletiva, conversou com a imprensa. “Ela estava desaparecida há mais de dois meses e, diante das mensagens que vimos, nós sabíamos que não era ela quem escrevia aquelas mensagens. O que mais a gente desesperava era a sensação de não ter uma resposta, saber que ela não estava viva e ele solto sem ninguém fazer nada”, conta a irmã. “A resposta da polícia foi muito importante, onde vamos poder dar a ela um enterro digno e saber que ele está preso e vai pagar pelo crime que cometeu”, desabafou a irmã.
O delegado Jurandir Cesar, chefe do 11° Departamento de Policia Civil, que também participou da coletiva, explicou ser importante registrar um desaparecimento. “A família, percebendo a quebra da rotina daquele ente querido, já se deve procurar imediatamente as forças policiais para registrar a ocorrência, levando inicialmente todas as informações disponíveis”, diz.
“Em relação aos casais que vivem distantes da família, é importante essa interlocução com familiares e amigos que acompanhem a rotina para que possam contribuir na segurança pessoal. Ocorrendo o desaparecimento, que esse registro seja feito de imediato pelos familiares da vítima para que a polícia possa iniciar os trabalhos que não se limitam ao seu estado de federação. As polícias possuem interlocução e compartilham informações em qualquer lugar do país e, se necessário, no exterior”, completa Jurandir.