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Terça-Feira,30 de Abril

MOC registra três casos suspeitos de hepatite aguda

Autoridades da saúde se unem para investigar o que está causando a doença e pedem aos pais que levem os filhos para serem vacinados

Da Redação*
19/05/2022 às 00:49.
Atualizado em 19/05/2022 às 10:53

Doença que ataca o fígado tem atingido principalmente crianças, em todo o mundo, com quadro grave: as causas ainda são desconhecidas (arquivo agência brasil)

Dos oito casos suspeitos de hepatite aguda infantil de causa desconhecida em Minas, três foram registrados em Montes Claros. O aumento das notificações reforça a importância da vacinação contra a doença, que tem se apresentado com quadros graves, exigindo até mesmo transplante de fígado.

Segundo o Ministério da Saúde, 51 casos da doença já foram notificados em todo o país. Desses, 47 estão sendo monitorados e quatro já foram descartados. Até o momento, nenhum caso foi confirmado.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informou que, até a manhã desta terça-feira (17), três casos foram descartados no Estado, sendo dois em Montes Claros e um em Divinópolis, na região Centro-Oeste. Outros cinco seguem em investigação: dois em Belo Horizonte; dois em Juiz de Fora, na Zona da Mata; e um em Montes Claros. O Estado é o segundo em número de casos suspeitos, atrás apenas de São Paulo.

As vacinas contra os tipos A e B de hepatite são oferecidas pelo SUS e estão disponíveis nos postos de saúde de todo o Estado. A imunização contra a hepatite B é oferecida para toda população, independentemente da idade. Já a da hepatite B está disponível para crianças a partir de 15 meses a 4 anos.

Em 2021, a imunização ficou abaixo da meta de 95% preconizada pelo Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde. Contra o vírus B o percentual ficou em 68,55% em crianças com menos de 30 dias de vida e atingiu 75,95% em crianças menores de um ano de idade. Já a cobertura contra o tipo A da doença atingiu 76,46%. 

Para o tipo C não há vacina, mas existe tratamento. Os medicamentos são gratuitos e podem ser retirados nos 73 Serviços de Atendimento Especializado (SAE) e Unidades dispensadoras de medicamentos (UDM) em Minas Gerais.

Em Montes Claros, a cobertura vacinal também não atingiu a meta em 2021. A dose contra a hepatite A em crianças de 1 ano ficou em 74,22%. Já a imunização contra o tipo B atingiu 73,61% das crianças menores de 1 ano.
 
DOENÇA
A hepatite é uma doença infecciosa que pode provocar inflamação no fígado e levar à morte. Os pacientes apresentam febre, fraqueza, mal-estar, dor e desconforto abdominal, além de enjoos, urina escura, perda de apetite, olhos e pele amarelados (icterícia) e fezes esbranquiçadas.

As hepatites mais comuns em Minas Gerais são causadas pelos vírus A, B e C. No ano passado, foram registrados 38 casos de hepatite A, 706 casos do tipo B e 831 casos de hepatite C no Estado. Em 2020, foram 28 casos do tipo A, 576 casos do tipo B e 831 do tipo C.

VIGILÂNCIA
O Ministério da Saúde instalou uma sala de situação para monitorar os casos de hepatite aguda infantil de origem desconhecida. Segundo a pasta, a proposta é apoiar a investigação de casos da doença notificados em todo Brasil, além de levantar evidências para identificar possíveis causas para a enfermidade.

A sala de situação foi aberta na última sexta-feira (13), vai funcionar todos os dias da semana e conta com a participação de técnicos da pasta, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e de especialistas convidados.

Além de monitoramento, a sala vai padronizar informações e orientar os fluxos de notificação e investigação dos casos para todas as secretarias estaduais e municipais de saúde, bem como para os laboratórios centrais e de referência de saúde pública.

“O objetivo também é contribuir para o esforço internacional na busca de identificação do agente etiológico responsável pela ocorrência da hepatite aguda de causa ainda desconhecida”, informou o ministério.

No último dia 10, a pasta participou de reunião com um grupo de especialistas junto à Organização Mundial da Saúde (OMS) e representantes de oito países (Reino Unido, Espanha, Estados Unidos, Canadá, França, Portugal, Colômbia e Argentina) nas áreas técnicas de emergências em saúde pública, infectologia, pediatria e epidemiologia, para discutir evidências disponíveis até o momento.

O que se sabe
A hepatite de origem desconhecida já acometeu crianças em, pelo menos, 20 países. A doença se manifesta de forma muito severa e não tem relação direta com os vírus conhecidos da enfermidade. Em cerca de 10% dos casos, foi necessário realizar transplante de fígado.

Segundo a OMS, mais de 200 casos, até o último dia 29, haviam sido reportados no mundo, a maioria (163) no Reino Unido. Houve relatos também na Espanha, em Israel, nos Estados Unidos, Dinamarca, Irlanda, Holanda, Itália, Noruega, França, Romênia, Bélgica e Argentina. A doença atinge principalmente crianças com um mês de vida aos 16 anos. Até o momento, foi relatada a morte de um paciente.

*Com Agência Brasil


 

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