Índice de 5,9% de infestação das larvas acende o sinal amarelo na maior cidade do Norte de Minas; Secretaria Regional de Saúde liberou “fumacê” para combater mosquito
(CARLOS CASTRO JR)
Na primeira verificação do ano, o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti - LIRAa, mostra que há risco de epidemia de dengue em Montes Claros. O índice foi 5,9%, quando o considerado seguro é 1%. Os dados foram divulgados pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).
De acordo com o coordenador do CCZ, Flamarion Cardoso Gualberto, a situação é preocupante. “Está acima do recomendado pelo Ministério da Saúde”, reforçou.
Para diminuir o número de mosquitos adultos infectados, o CCZ informou que os bairros Vilage do Lago I, Vila Telma, Nossa Senhora das Graças, Vila Sumaré e Vila Castelo Branco estão recebendo o UBV motorizado (conhecido popularmente como fumacê). As ações devem seguir pelo menos até março.
MAU EXEMPLO
A reportagem flagrou, ao lado do córrego Bicano, na divisa com o Bairro Dona Gregória – que aparece no levantamento com maior índice de infestação – um descarte de lixos diversos a céu aberto, o que aumenta os riscos para a população.
A prefeitura foi procurada para informar quando será feita a limpeza no local, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.
Ação para reduzir efeito colateral do lixo e doença
Quem passa pela avenida Nossa Senhora de Fátima, na altura do bairro São Judas, se depara com um canteiro decorado com corações e lixeiras.
O trabalho é realizado pelo sapateiro e ex-vereador Osmar Pereira, de 75 anos. Cansado de lidar com o lixo, decidiu revitalizar o local.
“Aqui ficava uma montanha de lixo, então eu limpei tudo e transformei em um jardim. Foi para acabar com a sujeira”, completou.
As lixeiras têm ainda mensagens de conscientização para chamar a atenção da população para o risco da dengue, como “Dengue mata”, “Cuidado com a Dengue” e “Xô mosquito!”.
Ao menos 15 lixeiras já foram providenciadas, graças à iniciativa de Osmar Pereira. Além de fazer parte da decoração da “esquina revitalizada”, elas foram distribuídas em pontos estratégicos da rua e do bairro. Todas são produzidas com material reciclável.
A produção ganhou admiradores. Osmar tem lista com pessoas na fila de espera para ganhar lixeiras personalizadas.
“Eu faço, mas é para colocar na porta da casa. Se for para colocar no fundo, jogada no quintal, não entrego não”, disse seu Osmar, lembrando que a parte mais importante e de que faz questão é a mensagem de conscientização presente nelas.
“Simples, enfeita e muda completamente o ambiente”, finaliza, satisfeito com o resultado final.
(CARLOS CASTRO JR)