Samuel Nunes
Repórter
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Em agosto de 1992, muitos jovens brasileiros tomaram as ruas das principais cidades para exigir a renúncia do presidente Collor, o movimento ficou conhecido como Cara Pintada, já que a maioria dos estudantes pintavam a face com as cores da bandeira brasileira. Nesse processo, reconheceram a importância de acompanhar a política, reclamaram do governo e promoveram, a seu modo, grandes mudanças no país.
Para o presidente do Diretório dos Estudantes de Montes Claros, Márcio Cardoso, é este espírito que tem faltado a juventude atual. Admite que o movimento estudantil cresceu substancialmente, mas observa ser preciso mais mobilização em torno de assuntos voltados para o contexto político.
Márcio Cardoso diz que trabalho do Diretório dos estudantes vai muito além de confeccionar carteirinha de meia entrada
(fotos: Wilson Medeiros)
- Falta lideres e incentivo por parte das escolas para que isso aconteça. Apenas três instituições estadual de ensino tem grêmio estudantil, que tem o objetivo de reivindicar e representar os alunos junto a diretoria das escolas – lembra o dirigente, ressaltando que o diretório conta 3.220 associados, embora apenas 32 integrantes participem ativamente.
Ressalta que o trabalho do Diretório dos Estudantes vai muito além de confeccionar carteirinha para entrada de meia entrada em eventos como Carnamontes ou Expomontes, apesar da principal luta nos últimos 15 anos ter sido para aprovar o meio passe no transporte coletivo urbano.
Rodrigo Domingues, coordena cursos pelo DEMC, espera está contribuindo para criar senso critico nos estudantes
DCE FUNORTE
O NORTEouviu André Gomes Mauricio, presidente do Diretório Central dos Estudantes das Faculdades Unidas do Norte de Minas, que conta com mais de sete mil associados de todas as instituições de ensino da rede Soebras.
Na sua opinião, é necessário que toda a classe estudantil fiscalize mais de perto os poderes constituídos, legislativo, executivo e judiciário.
- É importante que os movimentos estudantis trabalhem para resgatar nos estudantes o sentimento patriótico e que lutas voltadas para a educação, saúde, e reforma agrária sejam intensificadas – frisa André Gomes.
DCE UNIMONTES
De acordo com o presidente do Diretório Central dos Estudantes da Unimontes, Diego Coelho Martins, a falta de politização dos estudantes se deve, principalmente, à descrença para com a classe política. Revela que a entidade representa 16 mil acadêmicos, sendo que apenas dois mil participam diretamente de manifestações, o que, não sua visão, é extremamente negativo. Diego reconhece que falta lideres com capacidade de mobilização.
