Após o júri popular realizado na última quinta-feira (16), Edson Gonçalves de Assis e Thiago Silva Vieira foram condenados pelo assassinato do advogado criminalista Alexandre Mauro Barra Oliveira em Montes Claros. Thiago Silva Vieira recebeu uma sentença de 22 anos e 20 dias, além de multa, enquanto Edson Gonçalves de Assis Filho foi condenado a 19 anos e 10 dias, mais multa. As sentenças foram lidas às 15h30 da sexta-feira (17) no Fórum Gonçalves Chaves.
Ao todo, cinco pessoas estão presas e indiciadas por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima. Na denúncia apresentada pelo Ministério Público, mostra-se que o réu Edson Gonçalves possuía uma dívida de cerca de R$ 200 mil com o advogado e o crime ocorreu na casa do réu. O outro investigado, Thiago Silva, não tinha débito com a vítima e aceitou participar do crime com uma promessa de receber uma quantia em dinheiro, segundo as investigações.
Os outros três envolvidos no crime permanecem presos e aguardam julgamento de recurso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
RELEMBRE O CASO
De acordo com as investigações da Polícia Civil (PC), o advogado foi morto no dia 13 de dezembro de 2022, data do seu desaparecimento. No mesmo dia, foi noticiado o seu desaparecimento e instaurado um procedimento para apurar o caso. No dia seguinte, o veículo do advogado foi encontrado abandonado em um motel na cidade de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Após diligências, duas pessoas foram identificadas como as que teriam abandonado o veículo e estavam ligadas ao desaparecimento da vítima.
Em 16 de dezembro, a PC tomou conhecimento da tentativa de homicídio de um dos ocupantes do veículo. Os suspeitos envolvidos na tentativa de homicídio estavam diretamente ligados ao desaparecimento do advogado e teriam tentado matar o outro envolvido para evitar que ele denunciasse a ação criminosa. O corpo do advogado foi localizado no dia 18 de dezembro, e quatro autores foram presos, incluindo o suspeito que foi vítima da tentativa de homicídio. O quinto foragido foi preso em Uberlândia no dia 30 de dezembro.
““O advogado criminalista Alexandre Barra foi atraído por emboscada no dia 13 de dezembro por um dos suspeitos, seu melhor amigo até a residência de um dos envolvidos. Chegando ao local ambos foram rendidos por mais dois autores que os aguardavam. O advogado e seu amigo foram colocados de joelhos, amordaçados e encapuzados. A partir daí o amigo foi desamarrado passando a auxiliar os comparsas na execução do crime contra a vítima”, explicou a delegada Francielle Drummond durante uma entrevista coletiva realizada no dia 18 de maio.
A delegada ainda detalhou que, após matar a vítima por enforcamento, o corpo foi arrastado pela escada da casa, que tinha dois andares, colocado no porta-malas de um carro e levado para outra casa, onde foi enterrado e concretado.
O laudo preliminar do Instituto Médico Legal apontou que a causa da morte foi traumatismo craniano, mas as investigações constataram que os ferimentos na cabeça foram causados após a morte, quando o corpo estava sendo arrastado pela escada. As investigações concluíram também que o crime foi planejado e motivado por agiotagem.