Na madrugada de quinta-feira (25), um homem de 45 anos foi preso em Montes Claros após invadir a residência de sua ex-companheira e agredir tanto ela quanto a filha do casal com facadas. O crime, ocorrido no bairro Renascença, foi motivado pelo descontentamento do agressor com o término do relacionamento. A Polícia Militar informou que ele estava sob influência de álcool e cocaína no momento do ataque.
Segundo relatou a tenente Maria Tereza de Souza Caldeira Brant, do 50° Batalhão da Polícia Militar de Montes Claros, o suspeito saiu de casa durante a noite, consumiu bebida alcoólica e drogas, e voltou armado com uma faca. Ele invadiu o quarto onde a ex-companheira, de 43 anos, e a filha, de 18, dormiam. “Ele começou a desferir facadas na ex-companheira, atingindo seu braço. A filha interveio e também foi ferida no rosto e na perna”, afirmou.
Durante a briga, as vítimas conseguiram quebrar a faca usada pelo agressor. Determinado a continuar o ataque, o homem desceu até a cozinha da casa, no andar de baixo, para pegar outra arma branca. “Nesse momento, a ex-companheira trancou a porta do quarto para impedir que ele retornasse e dessa continuidade à ação. Mas, ao perceber que ele tentava arrombar a porta, ela pulou da janela do segundo andar e acabou fraturando o pé na queda”, contou a tenente.
A Polícia Militar foi acionada e, ao chegar ao local, aplicou técnicas de atendimento pré-hospitalar tático nas vítimas, inclusive utilizando torniquetes para conter os sangramentos até a chegada do SAMU e do Corpo de Bombeiros, que prestaram os primeiros socorros.
O agressor tentou fugir em uma motocicleta, mas colidiu com um automóvel estacionado na rua. Em seguida, voltou ao local do crime, onde foi contido e amarrado por populares. “Quando a guarnição chegou, ele já havia sido agredido e estava imobilizado. Não foi possível identificar quem realizou as agressões. Ele foi socorrido e permanece internado sob escolta policial, aguardando transferência para a Delegacia de Polícia”, disse a tenente.
De acordo com ela, o homem já possuía registros anteriores por lesão corporal e ameaça contra a ex-companheira, datados de cerca de seis ou sete anos atrás. No entanto, não havia medida protetiva em vigor no momento do crime. “A motivação foi o inconformismo com o fim do relacionamento, agravado pelo uso de álcool e cocaína. Ele chegou ao local já sob efeito dessas substâncias”, afirmou.
O crime está sendo tratado como tentativa de feminicídio, cuja pena pode variar entre 20 e 40 anos de prisão. “É importante que a população colabore com a realização de denúncias. Temos o disque 180 para casos de violência doméstica e o 190 para ocorrências em andamento. Às vítimas, reforçamos a importância de denunciar, mesmo que a violência ainda esteja apenas em forma de ameaça. A medida protetiva de urgência permite que a Polícia Militar acompanhe a situação e atue preventivamente”, destacou.