
A Polícia Civil (PC) identificou um homem de 42 anos envolvido em um acidente de trânsito que resultou na morte de Miguel Santos Silva, de 19 anos, na cidade de Montes Claros.
Em uma coletiva de imprensa realizada na manhã da última quarta-feira (4), a delegada responsável pelo caso, Francielle Drummond, informou que o condutor fugiu do local do atropelamento sem prestar socorro a vítima.
O acidente ocorreu no dia 8 de julho deste ano, quando o jovem de 19 anos descia pela avenida Imperatriz Leopoldina, sentido anel rodoviário, quando foi atropelado por um veículo de passeio. A vítima sofreu lesões graves, ficou inconsciente e foi encaminhada para o hospital, onde permaneceu internada em coma por cerca de um mês, vindo a óbito.
A delegada explica que a PC recebeu informações de que o possível autor do fato teria prestado um testemunho em uma igreja, informando sobre o acidente e pedindo aos fieis que orassem para que ele não fosse preso. “Depois que tudo aconteceu, o pai da vítima começou a buscar pistas que pudessem ajudar a encontrar o motorista. O papel do pai da vítima foi primordial na investigação. Ele estava bastante inconformado. Depois do acidente, ele começou a frequentar os bares e lugares próximo ao local e todas as informações eram levadas para a Polícia Civil”, conta a delegada.
“Foi ele quem soube do relato no culto e levou as informações até a PCMG. Essa foi uma das formas que o homem encontrou de honrar a memória do filho, que estudava Direito e sonhava em ser delegado”, completa Drummond.
BUSCA PELO VEÍCULO
A delegada explica que, devido à baixa qualidade dos vídeos do acidente, não foi possível identificar a placa do veículo naquele primeiro momento. Com o relato feito na igreja, a PC descobriu que o carro era um modelo Versailles e pertencia a um morador da cidade de Senador Mourão.
Uma equipe de investigadores compareceu à cidade onde o veículo foi identificado. O proprietário confessou aos policiais que, no dia do acidente, seu veículo estava com seu genro e que ele de fato teria se envolvido em um acidente. Uma perícia foi realizada no veículo, e constatou-se que ele apresentava todos os danos relacionados ao acidente de trânsito.
Um laudo da polícia constatou que, no momento em que o autor dos fatos convergiu para a rua Colombo, não teria reduzido a marcha e nem diminuído a velocidade, já que não havia marcas de frenagem no local, levando a polícia a crer que ele agiu de forma imprudente.
De acordo com a delegada, o autor foi ouvido na delegacia, mas optou pelo seu direito constitucional de permanecer em silêncio. A delegada ainda explicou que os crimes culposos de trânsito não permitem prisão preventiva, mas ele será responsabilizado. No final do inquérito, ele poderá receber uma pena de dois a quatro anos, com um aumento de pena devido à sua fuga do local do acidente.”