O Shopping Popular de Montes Claros passou recentemente por uma transformação no quesito de segurança. Segundo alguns lojistas, há alguns meses a segurança era feita por uma empresa particular, cujos serviços eram pagos por eles. Atualmente, a segurança do Shopping está sob a responsabilidade da Guarda Municipal, medida que criou polêmica entre os ex-camelôs.
Segundo um lojista, membros da Guarda Municipal quase enforcaram um cidadão com problemas mentais acusado de atos imorais no shopping (foto: arquivo/ Wilson Medeiros)
- A Guarda Municipal serve para fazer a segurança do prédio e este convênio para os lojistas não é interessante. Tem um mês que a outra empresa que fazia a nossa segurança saiu daqui e isso aconteceu da noite para o dia, ninguém foi avisado. A outra empresa prestava serviços como o de portaria, procurava ajudar os lojistas, além de manterem a segurança do local – diz Paulo César Pereira Pinto, acrescentando que a Guarda Municipal tem a ordem é de prender.
- Já tivemos problema aqui, com três lojistas, de eles falarem alguma coisa e os guardas responderem que não estão aqui para fazerem favor a ninguém. Estamos pagando para sermos maltratados. Este convênio que foi feito para reduzir os gastos está, na verdade, nos trazendo muitos transtornos. Eles não têm educação nem preparo - relatou o lojista, que diz já ter sofrido com o abuso de autoridade dos guardas municipais.
- A maneira como um deles já me tratou não foi certa. Um dos guardas até queria pegar a algema e me prender. Eles são autoridades, mas as coisas não são do jeito que eles pensam - disse Cícero Souto, que também é lojista e já teve um desentendimento com um membro da guarda.
- Agrediram um cidadão aqui, ontem, quase o enforcaram. Dizem os guardas que ele estava tirando a roupa, mas não precisava de tudo isso. O rapaz tem problemas mentais e é cliente nosso.
GUARDA MUNICIPAL
Segundo os guardas que atuam no shopping popular – seis, as coisas não são bem do jeito que os lojistas estão relatando.
- O problema é que a gente é novidade por aqui. O pessoal não está aceitando muito. Estamos aqui para cuidar da segurança, não para servir de carregador de mercadorias. Ontem, em relação ao caso do rapaz que estava andando de cueca pelo shopping, a nossa atuação foi, inclusive, solicitada pelos próprios lojistas - disse o guarda Vieira.
DIREÇÃO DO SHOPPING
De acordo com a direção do prédio público, a presença dos guardas municipais rompeu com vínculos de amizade que confundiriam as questões de segurança.
- O outro pessoal que trabalhava aqui, fazia favor aos lojistas. E com isso, acabaram criando um vínculo de amizade com os guardas da outra empresa. Hoje, fizemos um convenio com a Guarda Municipal e alguns lojistas criaram certas barreiras, mas com o tempo eles se acostumam – diz Gilberto Veloso, gerente do shopping.
Segundo ele, os guardas chegaram para proteger os lojistas e o próprio patrimônio público.
- Os outros guardas pegavam balde com água, mercadorias e outras coisas. Serviços que os guardas municipais não fazem - completou.
