A Guarda Mirim (GM) de Montes Claros promove no próximo sábado (7) uma feijoada beneficente, com o intuito de arrecadar recursos que vão ajudar a custear as despesas da instituição. Criada em 1992, a GM atua para propiciar o primeiro emprego a adolescentes de 15 a 17 anos e apoia especialmente pessoas que estão em situação de vulnerabilidade. A instituição já encaminhou cerca de 2,5 mil pessoas ao mercado de trabalho.
“Nosso objetivo não é apenas proporcionar o primeiro emprego, mas principalmente desenvolver nos adolescentes os valores de cidadania”, afirma Maria Neuza Rodrigues, delegada aposentada e presidente da GM. A dinâmica de atuação da Guarda inclui aulas práticas (na empresa) e teóricas (na sede da instituição). Para participar da Guarda Mirim, o aluno tem que apresentar boas notas na escola e também ter disponibilidade para desempenhar o trabalho, que pode ser de auxiliar administrativo ou repositor de mercadoria nos supermercados.
“Alguns ficam, outros não. Tem que corresponder aos requisitos, a gente faz avaliação, acompanha, eles vão aprendendo dia-a-dia e ninguém sai de lá como chegou. Sempre sai melhor” diz a presidente. Ela ressalta que, quando o aluno sai da Guarda Mirim e apresenta no seu currículo a passagem pela instituição, tem uma credibilidade muito grande. “A sociedade sabe que a instituição é séria e faz diferença. Eles trilham o caminho depois, com sucesso. A gente fica muito satisfeito com isso”, diz.
Na cidade, são inúmeras as pessoas que passaram pela instituição e que conduziram a sua vida profissional a partir desse aprendizado. Como o caso de Enildo Rodrigues Rocha, que trabalha em um centro de distribuição de uma multinacional.
“A GM foi uma bênção na minha vida. Quando vejo um adolescente com uniforme da Guarda, passa um filme na minha cabeça. Fiquei dois anos trabalhando em uma empresa por meio da Guarda Mirim. Quando encerrou meu contrato, a empresa me contratou e eu fiquei 23 anos trabalhando com essa família”, conta. Atualmente, Enildo é sócio contribuinte da instituição e faz questão de manter a doação. “A GM me conduziu na vida profissional e no convívio familiar. Moldou meu caráter, aprendi a respeitar as pessoas, saber falar e saber escutar. É puro amor. Agradeço a Deus ter passado por lá e conservo o que aprendi”, disse.
Apesar da importância social da Guarda Mirim, a instituição não tem ajuda governamental e sobrevive a partir de doações. As empresas que contratam os adolescentes pagam uma taxa administrativa simbólica. O salário do funcionário vai direto para ele e a GM não pode mexer. Já a taxa administrativa é utilizada para pagamento de contas de energia e de funcionários. “A feijoada deste sábado é uma das alternativas encontradas para a situação. Fizemos um rateio entre os conselheiros para comprar os insumos e convidamos a toda a sociedade para adquirir o seu bilhete e ajudar nessa causa”, disse a presidente da casa. Para adquirir o bilhete da feijoada, basta entrar em contato pelo telefone (38) 99892-1558 ou no local: Avenida Dulce Sarmento, 364, São José/ Alto São João.