Festa do Pequi deixa artistas e público na chuva e perde brilho

Eventos paralelos, como o 1° Festival Cultural do Pequi Funorte, atraem com criatividade

Leonardo Queiroz / Márcia Vieira - Repórteres
O Norte - Montes Claros
11/02/2020 às 15:15.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:35
 (LEO QUEIROZ)

(LEO QUEIROZ)

A tão propagada 29ª edição da Festa Nacional do Pequi, uma das celebrações mais esperadas pela população de Montes Claros e visitantes, perdeu espaço, neste ano, para eventos paralelos realizados na cidade – alguns até inseridos na programação da festa.

Exemplo disso foi o 1° Festival Cultural do Pequi Funorte, realizado entre os dias 7 e 9 deste mês, dentro da 29° Festa Nacional do Pequi, com o objetivo de preservar e valorizar a cultura norte-mineira.

 
SEM PÚBLICO 
Se por um lado os artistas convidados para a Festa Nacional do Pequi subiram ao palco sem plateia – a ponto de o prefeito Humberto Souto subir ao palco na abertura e reclamar das “chuvas”, atribuindo a elas a ausência de público –, por outro, o festival da Funorte, realizado em lugar coberto e adequado para esta época do ano, a “Casa Rosa”, atraiu um público expressivo.

Estudantes dos cursos de Enfermagem, Estética e Cosmética, Farmácia e Fisioterapia oferecerem diversos atendimentos na área de saúde e beleza, além dos alunos do curso de Gastronomia que, distribuíram ao público o tradicional arroz com pequi.

Já os estudantes de Jornalismo fizeram exposição de fotografias dos pontos turísticos da cidade. 
“A Funorte, entre as faculdades privadas do Norte de Minas, sempre foi pioneira na valorização da cultura regional, integrando a missão maior que é a educação de qualidade, preparando o profissional para aquilo que ele tem de riqueza regional e aplicação desse conhecimento pelo mundo afora”, disse a diretora da Funorte Shopping, Daniela Melo.

Os fundadores da Funorte, Ruy e Raquel Muniz, recepcionaram o público no 1º Festival Cultural do Pequi Funorte. Raquel Muniz ponderou que a Festa do Pequi, que já foi um dos principais eventos da cidade, merecia ser tratada com mais atenção: “Estamos em época de chuva. Por que não colocaram coberturas para receber o público? Foi um descaso com os moradores dos bairros e as comunidades rurais. A divulgação não chegou até eles. Foi um desrespeito também com os artistas, que cantaram para meia dúzia de pessoas. Não podemos deixar nossa tradição morrer”.
 
CALENDÁRIO 
Nas redes sociais, populares reclamaram da falta de divulgação e do calendário equivocado da Festa do Pequi.
“Que vergonha! Um dinheiro jogado no lixo, com falta de organização e de divulgação. Em vez de fazer este desperdício com dinheiro público, poderia ter aplicado na praça da Matriz, que está pedindo socorro”, disse o estudante Lucas Pereira. 

Para o enfermeiro Samuel Lima, faltou divulgação: “E os barraqueiros que investiram na festa? Ninguém ouviu falar. Que situação lamentável”. 
“Estava esperando esta festa. Não soube que seria neste fim de semana”, falou Sandra Lopes, salientando a falta de divulgação.

Já Carol Aquino contou que só soube da festa porque viu no colégio em que estuda um cartaz sobre o Festival Cultural promovido pela Funorte. Para Tom Figueira, o fracasso da Festa Nacional do Pequi deve-se à ausência de cuidado com questões essenciais, como a saúde pública, e valorização da produção local. 

“Por que não colocaram coberturas para receber o público? Foi um desrespeito também com os artistas, que cantaram para meia dúzia de pessoas. Não podemos deixar nossa tradição morrer” Raquel MunizFundadora da Funorte
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