A abertura da III Exposição Fotobiográfica “Caminhos da Esperança”, realizada nesta segunda-feira (20) na área gourmet do Montes Claros Shopping, marcou o início das ações de conscientização sobre o Acidente Vascular Cerebral (AVC) em Montes Claros. O evento segue até o dia 31 desse mês.
O presidente da Associação AVC Norte de Minas, Marcílio Monteiro, ressaltou a importância do trabalho desenvolvido pela entidade e o impacto da doença na vida das pessoas. “O AVC é uma doença que pega de surpresa e muda completamente a vida de quem sofre e de toda a família. Muitas vezes, um familiar precisa deixar seus afazeres para cuidar do paciente, o que gera um impacto emocional e financeiro muito grande”, afirmou.
Entre as histórias apresentadas durante o evento, uma das mais emocionantes foi a da pequena Ana Liz, de quatro anos, moradora de Capitão Enéas, que superou dois AVCs ainda bebê. A mãe, Janaína Alves Sacramento, contou que a filha nasceu prematura e enfrentou um quadro grave de más-formações. “A Ana Liz sofreu dois AVCs, um isquêmico e outro hemorrágico, antes de completar quatro meses. Ela passou por uma cirurgia de alto risco e, graças a Deus, hoje anda, balbucia palavras e se alimenta normalmente”, relatou.
Janaína destacou o papel das instituições no processo de recuperação da filha. “Eles têm sido fundamentais. Temos uma rede de apoio muito bacana em Montes Claros, e sempre que precisamos deles, estão prontos a nos ajudar”, afirmou, emocionada.
O neurocirurgião Márcio Nobre, explicou que o AVC é uma doença que, em muitos casos, pode ser prevenida. “O AVC ocorre quando um vaso sanguíneo se obstrui e o cérebro deixa de receber sangue. Quanto mais tempo ele fica sem esse fluxo, maior é o risco de morte cerebral. A principal causa é a hipertensão arterial, nosso pior inimigo”, alertou.
Segundo o médico, a combinação de fatores como hipertensão, diabetes, tabagismo, sedentarismo e obesidade aumenta significativamente o risco da doença. “Se você somar esses fatores, é quase uma previsão do que o paciente vai ter ou não vai ter. O grande problema é que a hipertensão muitas vezes não dá sintomas, e as pessoas acabam descobrindo tarde demais”, destacou.
Márcio destacou que o atendimento rápido é essencial para reverter o AVC, pois, quanto antes o paciente chega ao hospital, maiores são as chances de recuperação. O neurocirurgião lembrou ainda que o AVC é a segunda principal causa de morte no país e a maior causa de incapacidade física. “O AVC é uma tragédia na vida do paciente. Muitos não morrem, mas ficam com sequelas graves, perdem movimentos, fala e autonomia. É por isso que a gente tem que ter medo do AVC, mais do que medo de morrer, porque ele pode tirar sua independência para sempre”, concluiu.