Zona interditada

Em comunicado conjunto, comerciantes de MOC cobram providências

Márcia Vieira
marciavieirayellow@yahoo.com.br
Publicado em 19/04/2024 às 19:00.
Em um comunicado, os comerciantes afirmam haver risco para os empregos em 15 locais onde há mais de 150 pessoas

Em um comunicado, os comerciantes afirmam haver risco para os empregos em 15 locais onde há mais de 150 pessoas

Passados 11 dias da interdição do Edifício Roma, na Avenida Mestra Fininha, com a rua Cassimiro de Abreu, comerciantes que estão no perímetro interditado emitiram comunicado nesta última sexta-feira (19), cobrando respostas concretas dos envolvidos na situação. 

Cerca de 15 estabelecimentos, entre bares, lanchonetes, lojas de decoração e de produtos naturais, clínicas e posto de combustível, compõem a gama de serviços ofertados na região. Conforme o comunicado, “desde o fatídico colapso estrutural, temos testemunhado não apenas a devastação física e emocional dos 127 moradores desabrigados, mas também o silêncio ensurdecedor da construtora responsável pela edificação e das autoridades, em relação aos impactos econômicos. Neste momento crítico, é imperativo destacar que os reflexos vão muito além do que tem sido divulgado”, diz um trecho do documento que aponta ainda a ameaça aos empregos diretos e indiretos nos cerca de 15 estabelecimentos do entorno, que empregam mais de 150 pessoas. O apelo é para as autoridades competentes reconhecerem a crise e ajam com urgência para mitigar os impactos. 

Diego Fróes, integrante da diretoria da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e proprietário de uma cervejaria localizada na avenida, deu folga aos funcionários nos primeiros dias e já utilizou os recursos que tinha disponíveis para saldar os compromissos. “Existe uma série de reflexos e consequências que vão além de moradia na região. Tem a questão econômica. Sabemos que as autoridades estão preocupadas com o que diz a norma em relação ao edifício. Mas precisamos de uma posição real, por isso encaminhamos o comunicado”, disse. 

Com um restaurante recém-inaugurado na avenida, de frente ao edifício Roma, Ana Caldeira diz que “é um cenário triste e não temos os nossos clientes vindos. As vias estão todas interditadas. As pessoas teriam que deixar o carro longe e caminhar muito. A inauguração gerou uma expectativa para os nossos clientes e para nós. Investimos em marketing e dois dias depois, tudo fechado”, lamentou a proprietária, que recebeu autorização para abrir esta semana, entretanto, com a ausência de informações sobre risco e sem suporte financeiro da construtora, contabiliza prejuízo. “Abrimos para familiares e amigos que estão sensibilizados com a nossa situação. Uma ou duas mesas, no máximo. Precisamos honrar compromisso com nossos funcionários e fornecedores. E a matéria-prima de estoque que está perdendo? Todo dia falam que não oferece risco, mas se não oferece risco, por que está tudo fechado? Precisamos de providências urgentes”, desabafa.
 
RESOLUÇÕES
O Corpo de Bombeiros informou que a avaliação da área para interdição foi realizada por meio de cálculos dos engenheiros da edificação e qualquer liberação depende deles, a partir das finalizações da manutenção e da emissão do laudo técnico. 

Em contato com Anderson Fagundes, advogado da construtora Turano, responsável pelo edifício, ele afirmou que “há uma expectativa de liberação até domingo (21), mas estamos dependendo de órgãos oficiais. Estamos todos empenhados em liberar o entorno. Em relação aos prejuízos que os comerciantes alegam, já entramos em contato com a grande maioria, solicitamos a comprovação do faturamento para começarmos a fazer as compensações”, disse.

Também próxima ao imóvel interditado, a Escola Estadual Antônio Augusto Veloso voltou a operar normalmente. Carlo Giovanneli, representante da Defesa Civil, explicou que a escola está localizada a uma distância segura de 270 metros da edificação em questão, excedendo significativamente o perímetro estipulado de 60 metros, justificando sua reabertura. Além disso, já foram instaladas parte das escoras capazes de suportar até oito toneladas cada, garantindo a segurança necessária para as atividades escolares.

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