Alcino Moura Júnior
Colaboração para O NORTE
O Hospital Aroldo Tourinho realiza até dia 20 de junho a 1ª Semana de Informação sobre Doação de Órgãos e Tecidos. A iniciativa é do serviço social do hospital, com apoio da comissão intra-hospitalar de doação de órgãos e tecidos para transplantes – CIHDOTT-HAT e central de notificação, captação e distribuição de órgãos de Montes Claros – CNCDO.
FILA
Em Minas Gerais, cerca de 4.300 pessoas aguardam por um transplante. Em 2007, apenas 1.608 tiveram órgãos transplantados, o que torna a situação preocupante, já que mais de 60% das pessoas na fila não conseguem órgãos ou tecidos para transplantes, vindo a falecer.
A quantidade de doadores de órgãos e tecidos em Montes Claros poderia ser bem maior. Há vários casos de pessoas falecidas que têm plenas condições de doar seus órgãos. No entanto, somente com a expressa autorização da família que isso se torna possível. Por falta de informação, as famílias têm recusado as doações, o que poderia salvar várias outras vidas.
MOBILIZAÇÃO
A 1ª Semana de Informação sobre Doação de Órgãos e Tecidos do Hospital Aroldo Tourinho se baseia em panfletagem a acadêmicos dos cursos da área de saúde das instituições de ensino superior, blitz educativas e palestras. O objetivo principal é conscientizar a população sobre a importância da doação e esclarecimentos quanto aos procedimentos e diagnósticos relativos aos transplantes.
DOAÇÃO
Para ser um doador de órgãos e tecidos não é necessário deixar nenhum documento escrito. Basta tornar ciente a família da vontade prévia de doar. O Hospital Aroldo Tourinho somente realiza a retirada do órgão ou tecido com a plena autorização da família. Caso a família não permita, em hipótese alguma o Hospital contraria a sua decisão.
A doação só pode ser realizada quando ocorrer a constatação da morte encefálica, que na maioria das vezes é decorrente de traumatismo craniano ou derrame cerebral (AVC). A retirada de órgãos como coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos e tendão é realizada em Centro Cirúrgico como cirurgia comum.
A doação em vida também é possível. As pessoas interessadas em doar podem realizá-la desde que declarem a intenção e que tenham as condições físicas necessárias para o ato. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Pela lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não parentes só podem doar mediante autorização da justiça.
PROCURA
É importante ressaltar que o notável crescimento das filas de espera por órgãos para transplantes é diretamente proporcional à resistência de familiares e/ou responsáveis em optar pela doação de órgãos na ocasião do falecimento de um ente querido.
A grande dúvida dos familiares é quanto ao diagnóstico de morte encefálica. O regulamento do conselho federal de medicina exige que seja realizado por dois médicos, o que torna o laudo mais preciso. O Hospital Aroldo Tourinho segue todas as exigências do conselho.