Em visita à redação de O Norte na manhã de ontem, quarta-feira, o diretor de saúde da Unamoc - União das associações de moradores, vilas e distritos de Montes Claros, Carlos Coelho, informou à reportagem que há mais de 12 anos o governo federal não reajusta a tabela paga pelo Sus - Sistema único de saúde aos hospitais, clínicas, laboratórios e profissionais de saúde da rede privada. Segundo Carlos Coelho, esse fato pode levar à paralisação da prestação de serviços em todo o país, o que para ele resultaria em um grande caos na saúde.
Carlos afirma que nenhuma das promessas feitas pelos ministros que passaram pela importante pasta que é a saúde foi cumprida:
Tem muitos prestadores trabalhando no vermelho e não sabemos por quanto tempo mais eles irão agüentar
Carlos Coelho acrescenta ainda que uma medida paliativa vista por ele seria uma contrapartida dos municípios e dos estados, como forma de compensar esse buraco que está sendo criado ao longo dos anos. Ele entende que é preciso realizar um grande debate com parlamentares que ainda ocupam suas cadeiras no legislativo estadual e também com deputados federais e gestores, no sentido de que seja levantado um documento solicitando ao governo federal maior sensibilidade com a saúde.
Outro assunto levantado por ele é que se o governo mantivesse a tabela do Sus em dia, pouco se iria gastar com subvenções sociais, pois os prestadores teriam condições de prestar todos os serviços conveniados, sem qualquer risco de paralisação. Carlos Coelho diz ainda que não se trata de defender a iniciativa privada, uma vez que o mesmo representa os usuários do Sus no Conselho municipal de saúde, mas sim se solidarizar com os profissionais que prestam um serviço considerado essencial para a população, que é o Pró-hosp:
Foi encaminhado ao governador Aécio Neves um documento onde se pede que o dinheiro do Pró-hosp passe a ser efetivo e como custeio para os hospitais - explica Carlos Coelho.
Ele entende que, se não houver um reajuste da tabela do Sus, muitos usuários poderão ficar sem a devida assistência, que vai desde a não realização de exames até atendimentos em pronto-socorros.