A Polícia Federal deflagrou realizou uma operação de combate ao armazenamento de material de abuso sexual infantojuvenil em cidades do Norte de Minas Gerais. A ação resultou na prisão em flagrante de dois homens e no cumprimento de mandados de busca e apreensão nos municípios de Lontra e Varzelândia.
Durante as diligências, os agentes apreenderam celulares e outros dispositivos eletrônicos que continham arquivos ilícitos. Todo o material recolhido foi encaminhado para perícia, que deverá aprofundar as análises e identificar possíveis conexões com outras práticas criminosas, como o compartilhamento de conteúdo de exploração sexual de menores.
As investigações tiveram início a partir de informações repassadas por autoridades estrangeiras especializadas na proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital. Os dados apontaram para contas vinculadas a plataformas online que armazenavam arquivos de conteúdo sexual envolvendo menores de idade.
De acordo com a Polícia Federal, os dois investigados mantinham, juntos, 956 mídias salvas em nuvem com material de abuso sexual infantojuvenil. As investigações continuam para apurar se houve também a divulgação ou produção desse tipo de conteúdo.
Pelo crime de armazenamento, os suspeitos poderão responder com base no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prevê pena de até quatro anos de reclusão.
A PF destacou ainda que, embora a legislação brasileira utilize o termo “pornografia infantil” (artigo 241-E do ECA), a comunidade internacional tem adotado expressões como “abuso sexual” ou “violência sexual contra crianças e adolescentes”. Essa mudança de terminologia busca refletir de forma mais precisa a gravidade e o caráter violento dessas condutas, que ferem profundamente a dignidade e a integridade das vítimas.
Em nota, a Polícia Federal reforçou a importância da atuação conjunta entre autoridades nacionais e estrangeiras na identificação de redes criminosas que atuam no ambiente virtual. A cooperação internacional tem sido fundamental para localizar suspeitos e impedir a disseminação de conteúdos que perpetuam a violência sexual infantojuvenil.
A corporação também faz um alerta aos pais e responsáveis sobre a necessidade de vigilância e diálogo constante com crianças e adolescentes. Segundo a PF, é essencial conversar abertamente sobre os riscos do mundo digital, orientar quanto ao uso seguro de redes sociais, jogos e aplicativos e acompanhar de perto as atividades online dos jovens.
Mudanças repentinas de comportamento, como isolamento, sigilo em relação ao uso de celulares ou computadores e evasivas sobre contatos virtuais, podem ser sinais de alerta para situações de risco.
A Polícia Federal ressalta ainda a importância de ensinar às crianças e adolescentes como agir diante de abordagens inadequadas em ambientes virtuais, encorajando-os a buscar ajuda sempre que se sentirem ameaçados.
Para a instituição, a prevenção continua sendo a ferramenta mais eficaz para proteger os jovens e garantir seu bem-estar. A informação e o diálogo, reforça a PF, são instrumentos poderosos capazes de salvar vidas e impedir que novas vítimas sejam expostas à violência sexual.