Comunidade reclama da falta de médicos no PSF

Jornal O Norte
Publicado em 07/04/2010 às 10:22.Atualizado em 15/11/2021 às 06:25.

Anny Muriel


Repórter



E o caos da saúde continua na quinta maior cidade do Norte de Minas. A reportagem de O NORTE esteve, ontem, na unidade básica do Bairro Morrinhos. O PSF conta com dezoito agentes comunitários, dois enfermeiros, dois médicos, três técnicos em enfermagem, um agente administrativo, dois recepcionistas e três auxiliares de serviços gerais.



Essa quantidade de funcionários não é suficiente para atender a comunidade, que está insatisfeita com a falta de médicos na unidade.



- Eu cheguei aqui era 8h para tentar consultar minha filha, que há dois dias está se queixando de dor de cabeça, febre e dor de garganta. Geralmente não tem médico pediatra, apenas estagiários, e quando o médico aparece eles dizem estar sempre em reunião e quem atende são os acadêmicos - diz a moradora do bairro Adriene Ferreira Sales.



Até as 10h, a paciente ainda não havia recebido atendimento médico.



Segundo o responsável pela unidade básica de saúde do Bairro Morrinhos, o enfermeiro Mardem Costa Lopes, o paciente passa por uma sala de acolhimento, onde o enfermeiro descreve todas as suas queixas, e depois é encaminhado para o médico responsável, de acordo com a necessidade do usuário.



Entretanto, os moradores afirmam que há seis meses o PSF não dispõe de médicos na unidade, o que causa demora e dificuldade no atendimento.



- Antigamente, aqui havia dois médicos, hoje é muito difícil vir pelo menos um para atender a gente. O jeito é chegar bem cedo, como fiz hoje. Cheguei 06h40, já são 11h e até agora o que sei é que o médico que iria atender está em reunião. Vou esperar para ver se pelo menos um estagiário pode atender - desabafa a diarista Rosária Silva, que há dois meses tentar remarcar uma prevenção com um ginecologista.



De acordo com Mardem Costa, 70% dos problemas de saúde básica são atendidos no PSF, uma vez que o médico presente na unidade é especializado em saúde da família e atende à demanda de crianças, adultos e idosos, sendo que os casos mais específicos e complicados são encaminhados a especialistas.



O responsável pela unidade afirmou ainda que estavam presentes pela manhã dois médicos e três dentistas, e os dezoito agentes comunitários estavam trabalhando na visita domiciliar. Oito pacientes teriam sido atendidos, conforme afirmou.



- Cada equipe conta com um médico, um enfermeiro e um dentista. São feitas em média quinze consultas diariamente, além do trabalho que é desenvolvido junto à comunidade, como acompanhamento de hipertensos e diabéticos e o planejamento familiar no grupo das gestantes.



Os idosos e adolescentes também são beneficiados com o projeto terapêutico que acontece de segunda a quinta-feira, onde participam de atividades físicas e artesanais. O projeto começa às 14h30 e vai até às 17h. A abrangência do PSF do Bairro Morrinhos é do próprio bairro e região da Vila Luíza - finaliza.



CENTRO DE SAÚDE DO CINTRA: ATENDIMENTO TRANQUILO



Ainda na manhã de ontem, a reportagem esteve no centro de saúde do bairro Cintra, onde, segundo os pacientes presentes, as consultas são conseguidas facilmente. Foram distribuídas, desde às 7h, vinte fichas para cada especialista. A estudante Larissa Silva se diz satisfeita com os serviços do centro do seu bairro.



- Minha mãe levantou cedo e conseguiu marcar ginecologista para mim, no mesmo dia, não vejo muita burocracia. Demorar, sempre demora um pouco, mas nada de exagero, disse a adolescente, que estava no local e foi atendida rapidamente.



A gerente do posto de saúde Jane Toledo disse que o centro tem funcionado tranquilamente.



- Aqui no centro de saúde, nossa equipe conta com uma enfermeira, um clínico geral, dois ginecologistas, três pediatras, um psicólogo e cinco dentistas, porém, dois estão de férias - afirma.



(xU MEDEIROS)


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Pacientes dizem conseguir consulta médica facilmente


no centro de saúde do Cintra
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O centro de saúde conta com os programas Hiperdia e Unidos Para Brilhar, oficina terapêutica que faz a escuta com pacientes hipertensos e diabéticos, de 7h às 8h da manhã, sempre com acompanhamento de fisioterapeuta e professor de educação física. Cerca de cem pessoas participam das atividades, inclusive o grupo de gestantes.



Segundo a gerente, são feitas semanalmente em média 80 consultas com clínico geral, 80 com ginecologista e 60 com pediatria (que nos próximos meses vai aumentar para 80).



O centro de saúde do Cintra abrange os bairros Nossa Senhora de Fátima, Santa Rita I e II, Clarindo Lopes, parte do Roxo Verde, Francisco Peres I e II, Vila São luiz, Vila Senhor do Bonfim,e Vila Progresso.



Ontem pela manhã, sessenta pessoas com idade entre 20 e 29 anos aproveitaram para se vacinar contra a gripe H1N1.



O centro de saúde funciona de 7h às 22h, porém sem médico e sem enfermeiro, uma vez que o mesmo não é classificado como área de urgência e emergência.

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