
Audiência pública realizada na Câmara Municipal de Montes Claros reuniu representantes de setores municipais, de órgãos de segurança e comunidade escolar para debater soluções que possam aliviar o pânico diante das ameaças de ataques nos estabelecimentos de ensino. Sessão foi proposta pelo vereador Edson Cabeleireiro (PV).
Para Anderson Porto, representante dos conjuntos habitacionais do Village do Lago II, a insegurança de agora é resultado de medida tomada pelo prefeito Humberto Souto no início de sua gestão, que foi a demissão em massa dos vigilantes nos prédios escolares.
“O prefeito Humberto Souto assim que entrou, tirou os vigilantes das escolas dizendo que queria economia, que os bens estavam sumindo e que os guardas estavam apenas dormindo. As câmeras de segurança são importantes para identificar vândalos ou quem cometer ato ilícito, mas vamos simplesmente esperar para ver a cara do sujeito e prender, para daqui algum tempo estar solto? O prefeito queria economia, mas o bem maior são os nossos filhos”, questionou o morador.
Maria Aparecida Santos, presidente da Associação de Moradores do Distrito de São João da Vereda, concorda com Anderson e pede que o município trace um plano para dar assistência ás famílias que vivem na zona rural.”Os pais estão com medo e infelizmente na zona rural demora a chegar um policiamento. Antigamente tínhamos vigilantes na escola e eles foram retirados. O que nós sugerimos é que voltem com os vigilantes”reclama ela.
Rayane Santos representante das comunidades do São Geraldo II, Canto do Engenho e Claraval, reitera “os vigilantes fazem muita falta. Queremos que a prefeitura veja a possibilidade de voltar com esses profissionais pelo menos na zona rural”, declarou.
AÇÕES
Buscando tranquilizar as famílias, o Capitão Lessa, representante da Policia Militar afirmou que em Montes Claros não há motivos para preocupação ou histeria, já que as ameaças se tratavam de fake news.”O que temos rotineiramente são denúncias falsas que geram pânico. É crime, a polícia militar está atenta, a polícia civil também. A Polícia Militar está presente nas escolas e além dessa presença, estamos prontos a instruir e organizar ações junto com a comunidade escolar”, destacou.
Para Leonardo Prates, do Conselho Tutelar de Montes Claros trabalhar o enfrentamento da violência não é exclusividade das forças de segurança, mas é preciso que a família seja mais participativa na vida escolar “ As redes sociais são um campo fértil para a vulnerabilidade de jovens a ideologias extremistas, discursos de ódio, racismo, criminalização da pobreza. Tudo isso está impactando na escola, que é uma micro sociedade”, pontua ele.
Em resposta a todos os questionamentos, o Secretário Municipal de Defesa Social, Anderson Chaves, afirmou que a atuação da Guarda Municipal tem sido eficiente em relação à ronda nas escolas. “ Não tivemos agressão consumada, a polícia civil continua monitorando as redes sociais, estamos monitorando a internet não autorizada, que é onde acontecem as combinações , fazemos reuniões permanentes e vamos apresentar ao prefeito uma proposta de parceria com a Acadepol de Belo Horizonte”, pontuou.
DETECTORES
Os vereadores decidiram apresentar os pedidos da comunidade e ainda, proposta de introdução de detector de metais nas escolas, usando os recursos do Fundeb para a compra dos equipamentos.