Clube campestre Lagoa da Barra tenta sair de situação caótica

Jornal O Norte
Publicado em 19/07/2007 às 10:25.Atualizado em 15/11/2021 às 08:10.

Grupo de dez sócios assume


Lagoa da Barra


para não deixar a peteca cair



Da Redação



Disposto a empreender uma reviravolta na administração do Country Club Lagoa da Barra, assumiu a presidência da entidade o empresário Deusdeth Rodrigues Badaró. Um de seus principais desafios é sanear uma dívida que se aproxima dos 200 mil reais herdada das três últimas administrações. Se isso não acontecer, o clube poderá ser dividido entre os empregados ou ser leiloado pela justiça. Antes de evitar que isso aconteça, Deusdeth e seus companheiros deverão contratar auditoria para proceder a uma devassa, pois há suspeita de desvio de dinheiro.





Nesta empreitada Deusdeth conta com o apoio da diretoria recém empossada (em lugar da que ficaria no cargo até 2009) e composta, juntamente com o presidente, por: Paulo César Batista, primeiro vice-presidente; Luiz Mana Neto, primeiro tesoureiro; Cícero Roberto Isidoro, o Ceará, primeiro tesoureiro; Wellington dos Santos, o Guga, segundo tesoureiro; Antônio Felício, primeiro secretário; e Hilbert Rodrigues dos Santos, o Lourinho, segundo secretário. Na presidência do Conselho deliberativo está Valdecir Fagundes de Oliveira.



Sócio desde 1990, Deusdeth, também conhecido como Badaró, diz que nunca viu o clube numa situação tão precária como agora:



- Nós pegamos o clube numa situação muito difícil, com a sede fechada, os funcionários na justiça... Aí, juntamos um grupo de dez sócios para tentar erguer o que era o Lagoa da Barra. E vamos, com muito carinho, amor e dedicação, tentar resolver essa questão. Fora as dívidas trabalhistas, que ainda não chegaram às minhas mãos, o clube deve 160 mil reais. Essa dívida foi deixada pelos três últimos presidentes, que prefiro não citar.



Segundo ele, o Lagoa da Barra sempre foi um clube saneado, mas nos últimos nove anos a situação mudou:



- A partir de certa época, o clube debandou... O penúltimo presidente deixou uma conta violentíssima de energia; o último presidente pegou o clube numa situação deficitária e, nessa situação caótica, abandonou, fechou o clube, o que não deixa de ser uma certa irresponsabilidade.



Lembra que o clube era auto-sustentável inclusive na época em que ajudou o ex-presidente Geraldo Magela Alves a resolver as pendências existentes. Como isso não foi possível, faz um apelo a todos os sócios:



- Confiem nesta diretoria composta por pessoas honestas e que, com amor, pretende levantar o clube.





Sempre preferindo não revelar nomes, Badaró diz que a decadência do Lagoa da Barra decorre de uma série de fatores negativos:



- Houve tudo de ruim, má aplicação, desvio de dinheiro... Pelo que vejo no histórico do clube, houve uma série de fatores. Um dos maiores construtores do clube, Newtão (Newton Cardoso de Almeida), deixou o clube sanado, com R$ 102 mil em caixa, 1.500 sócios, e tudo isso acabou. Em junho passado, quando assumiu a presidência, Badaró encontrou o clube fechado, sem energia elétrica, sem os nove funcionárias, com dívidas trabalhistas, sem água potável.



- Com o esforço dos companheiros, nós levamos um carro pipa, quitamos a folha de pagamentos do mês, ligamos a luz com a ajuda do deputado estadual Tadeu Leite...



Um resumo feito na época mostra que o Lagoa da Barra devia R$ 147.903,15 referentes a folhas a pagar (R$ 8.118,50), acordos trabalhistas parcelados (R$ 9.000), dívida ativa (R$ 9.978,27), dívida com a Cemig (R$ 24.300), dívida com INSS (R$ 57.664), dívida com FGTS (R$ 29.776,85), dívidas diversas (R$ 9.065,53).



O levantamento mostra dívidas com fornecedores no total de R$ 2.395, além de multas do ministério do Trabalho e Emprego, dívidas com a Copasa e Telemar e até com propaganda em TV.



E por que Deusdeth Badaró se dispôs a assumir tamanhos problemas ou, no jargão popular, um pepino desse tamanho? Ele responde:



- É que nós gostamos muito do clube. O Lagoa da Barra é como a casa da gente. Se deixássemos as coisas continuarem como estavam, o clube iria para o ministério público, iria ser leiloado, os funcionários iriam acabar dividindo o clube em pedaços, em chácaras... e isso nós não aceitamos, não queremos. O que nós queremos é que todos os ex-presidentes, os antigos sócios, os sócios novos se unam com a gente para não deixar a coisa debandar ainda mais.

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