No bairro Defino Magalhães, família teve casa alagada, perdendo móveis, brinquedos e eletrodomésticos (ARQUIVO PESSOAL)
A chuva que caiu em Montes Claros no sábado e durou pouco mais de 30 minutos, 63 mm de acordo com o meterorolista Ruibram dos Reis, foi suficiente para expor a falta de estrutura de ruas e avenidas. Os rastros de prejuízo e desordem ainda podem ser vistos de Norte a Sul.
Prejuízos
No Bairro Defino Magalhães, uma família mostrou móveis destruídos, brinquedos de criança dentro d’água e a impossibilidade de deixar o local, por conta da chuva acumulada na rua. Segundo moradores, a situação se repete a cada ano e os prejuízos são incontáveis. Já na Avenida Deputado Esteves Rodrigues, a “Avenida dos barzinhos”, quem saiu para se divertir ficou ilhado até que a chuva diminuísse e a água escoasse. Enquanto isso, no bairro Canelas II, um senhor de idade munido de enxada , enfrentou a força da água acima dos joelhos, para retirar o mato que circundava a área e impedia a água de seguir seu curso natural. “A falta de drenagem é um problema no nosso bairro. Já solicitamos da prefeitura para dar um jeito aqui, mas toda chuva, mesmo que pouca, acontece a mesma coisa “, disse L. C. , moradora do Canelas. Uma das piores situações foi no bairro Santa Rita, onde ruas inteiras foram fechadas pelas águas. Assim como no bairro Jardim Olímpico, onde carros que transitavam pela rua Maceió ficaram “presos” até que a chuva abrandasse.
Os problemas também atingiram o bairro Esplanada, onde uma moradora fez questão de filmar a água cobrindo a ponte, que segundo ela, é uma das causas da inundação, já que a obra está inacabada e o resto de material como montes de brita deixados no local pioram a situação. Quem mora no bairro Raul Lourenço também sofreu com a chuva de sábado. Um dos moradores da região afirmou os problemas são causados pela falta de drenagem no loca. “A prefeitura fez um serviço de má qualidade na Avenida Osmane Barbosa, recapeando o asfalto, mas não fez a drenagem e a água que desce do bairro Planalto vem toda para cá”, disse.
O Córrego das Melancias, no bairro Santa Lúcia, não conseguiu segurar toda a água recebida e transbordou. A água cobriu a via, alcançando aproximadamente um metro e vinte de altura. Por volta da 1h da madrugada, o Corpo de Bombeiros foi acionado e resgatou pessoas que ficaram ilhadas em um ônibus e um veículo particular. “Três equipes de bombeiros foram mobilizadas para atender a ocorrência. Ao chegar no local, os bombeiros encontraram um ônibus da empresa Solares, que fazia a linha 4601 (Portal dos Ipês/Nossa Senhora de Fátima), parado sobre a ponte que conecta a Avenida Dulce Sarmento à Avenida Antônio Lafetá Rebelo. O ônibus transportava 15 pessoas. Além disso, um veículo de passeio estava parado na área, com o motorista a bordo. As equipes de resgate, compostas por 9 bombeiros, utilizaram cordas e coletes salva-vidas para realizar o salvamento das vítimas, criando uma rota segura para conduzi-las a uma área fora do alcance das águas. Felizmente, ninguém ficou ferido durante a operação. Até o final do atendimento, os veículos permaneceram no local afetado pelas inundações”, explicou em nota, o CB, que contabilizou um total de 24 atendimentos relacionados às fortes chuvas que caíram entre o sábado e o domingo.
Previsão
De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, “choveu 63 mm no sábado. A chuva média do mês de novembro é de 188 mm. Já choveu a média na região Norte de Minas, neste mês de novembro. Não tem previsão de chuvas para os próximos dias e as temperaturas estão em elevação”, analisou.