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Segunda-Feira,14 de Julho

Cães e gatos devem ser imunizados contra a raiva

Jornal O Norte
Publicado em 04/09/2008 às 10:56.Atualizado em 15/11/2021 às 07:42.

Jerúsia Arruda


Colaboração para O NORTE



No período de 1º de julho a 30 de setembro, a secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, em parceria com secretarias municipais, realiza a vacinação anti-rábica animal em todo o Estado.



“A cobertura vacinal em cães e gatos faz com que a circulação do vírus da raiva animal e a transmissão da doença aos humanos sejam controladas”, explica o médico veterinário da Divisão do Centro de Controle de Zoonoses da secretaria municipal de Saúde de Montes Claros, Joel Fontes de Souza.



Nos 53 municípios da jurisdição da Gerência Regional de Saúde de Montes Claros, está programada a distribuição de 224.945 vacinas até o final do período da campanha. Deste total, 66.349 vacinas foram para secretaria municipal de Saúde de Montes Claros, cuja meta a vacinar pelo menos 64.400 animais, no município. A GRS-MOC espera atingir uma cobertura vacinal acima de 80% da população canina na região.



O coordenador da Vigilância Epidemiológica da GRS de Montes Claros, João Geraldo de Rezende diz que a campanha é uma ação necessária, como parte do trabalho de vigilância permanente da raiva que, além de vacinar, inclui o envio de amostra de animais suspeitos para laboratório, e que além da campanha, um posto fixo de vacinação funciona permanentemente em todos os municípios. “São essas ações que mantêm a vigilância epidemiológica no Estado”, ressalta.



A RAIVA



A Raiva é uma doença infecciosa aguda e mortal, transmitida aos mamíferos, inclusive ao homem, pela saliva de cães, gatos ou morcegos contaminados pelo Vírus Rábico. A transmissão ocorre principalmente pela mordida; arranhadura produzida pelas unhas do animal; pelo contato da saliva com a pele ferida, esfolada ou arranhada e pelo contato com mucosas.



“O vírus entra pelo ferimento, atinge os nervos, instalando-se no sistema nervoso central (cérebro e medula), sendo eliminado pela saliva dos animais doentes. Convém lembrar que todos os mamíferos são transmissores da doença”, explica Joel Fontes.



De acordo com o médico veterinário, é fácil perceber se o cachorro ou gato está com raiva. “Quando ele estiver triste ou agressivo demais sem nenhum motivo; quando ele tiver dificuldade para engolir água ou quando o som do latido for diferente”, explica.



Nesses casos, segundo o veterinário, o animal pode realmente estar com raiva e é preciso ter alguns cuidados. “Mantenha o cachorro ou gato preso e isolado; alimente-o normalmente; observe o comportamento dele por dez dias e procure orientação nos postos de saúde.”



Para evitar que o animal contraia a doença, Joel Fontes recomenda não deixá-lo solto na rua e na hora do passeio, levá-lo sempre na coleira. “Para se proteger da raiva, é importante evitar o contato com animais desconhecidos, ter cuidado ao pegar animais machucados, não alimentar animais de rua e nunca separar briga de animais”, recomenda.



A VACINA



O veterinário diz que a melhor forma de prevenção é vacinar cães e gatos contra a raiva anualmente. “A vacina é grátis e durante as campanhas existem postos em vários pontos da cidade”, lembra.



Em Montes Claros, a campanha será realizada no dia 13 de setembro na área urbana, envolvendo 400 servidores da secretaria municipal de saúde e funcionará com 50 postos fixos e 26 postos móveis. Nas comunidades rurais, a vacinação ocorrerá no dia 20 de setembro com 60 postos móveis e 4 fixos em Nova Esperança, Santa Rosa de Lima, São Pedro das Garças e Aparecida do Mundo Novo, com atendimento das 8h às 17h.



“O proprietário deverá conduzir seu animal preso a uma coleira e guia até o posto e auxiliar na contenção do mesmo no momento da vacinação. Deverão ser vacinados cães e gatos a partir dos três meses de idade, sendo que os animais que estão sendo vacinados pela primeira vez deverão receber uma segunda dose após trinta dias”, explica.



A vacina utilizada no Estado é a Fuenzalida Modificada, produzida pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecnopar).



REGISTROS



Segundo João Rezende, no período de 1993 a 2006, foram registrados em Minas Gerais 33 casos de raiva humana. O último registro de raiva no Norte de Minas ocorreu em 2005, transmitido por morcego, no município de Grão Mogol. Nesse ano, houve o registro de dois morcegos contaminados pelo vírus da raiva em Montes Claros. “O morcego é o maior transmissor da doença atualmente. Felizmente, há muitos anos não há registro de cães e gatos contaminados pelo vírus da raiva na região; nem mesmo raiva bovina”, comemora João Rezende.

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