Nem só de marchinha, samba, pagode ou funk vive o Carnaval. Em Montes Claros a festa foi aberta na quinta-feira com muito rock, reunindo centenas de pessoas no bairro São Luiz. Crianças, jovens, idosos, famílias e grupos de amigos se reuniram para dançar ao som do bloco Capa Preta.
“A nossa apresentação é bem diferente das demais. A gente toca rock, e não rock em ritmo de marchinhas carnavalescas, é rock e basta”, conta o coordenador, cantor e idealizador do grupo Capa Preta, Chico Mineiro.
A festa, que estava marcada para começar às 13h, só teve início por volta das 17h. Mas o atraso não desagradou os foliões. “Tudo normal este atraso. O calor é muito forte, e assim que o sol começa a baixar, é que a festa começa a esquentar”, diz Chico Mineiro.
Ele conta que o grupo já vem marcando presença na festa de Carnaval de Montes Claros há três anos. E a expectativa deles é a de que o público seja bom, pois acredita que muitos estão loucos por uma festa após dois anos de confinamento.
É o que acredita o escritor Auíri Tiago, que observa que as pessoas estão ansiosas por convivência e diversão. “Nós colocamos os nossos sentimentos bons pra fora. Estavam todos guardados. Essa manifestação, mesmo diferente do clássico de Carnaval, ajudou a gente a se expressar e manifestar”, afirma.
Para ele, o Carnaval, além de ser um evento cultural, é uma manifestação social. “Nós somos tropicais, latinos, norte-mineiros, catrumanos. Estávamos sentindo falta dessa mistura”.
SEGURANÇA
A descentralização da festa, com eventos acontecendo em várias regiões da cidade até este domingo, representa mais segurança, na avaliação do capitão Luiz Fernando, do 7º Batalhão de Bombeiro Militar de Montes Claros.
Ele afirma que tudo está organizado para garantir uma folia segura na cidade nos quatro dias. “Estamos percorrendo todos os blocos, acompanhando as montagens das estruturas provisórias, verificando a presença de extintor e outras medidas preventivas”, explica.
Ele espera que o público também saiba se divertir de forma tranquila, sem exceder ou desrespeitar as normas de segurança. “A gente espera que sejam eventos tranquilos. Todos os eventos estão dentro da capacidade estipulada. O máximo que temos de previsão são 10 mil pessoas no sábado, no Ginásio Poliesportivo Presidente Tancredo Neves, onde vai tocar o Praia do Pardini”.
Ele acrescenta que, caso haja qualquer intercorrência, o Corpo de Bombeiros está de prontidão com duas ambulâncias. “Permaneceremos em pontos-base todos os dias. Mas esperamos que transcorra sem problemas”, diz.
PÚBLICO
E teve gringo no primeiro dia de Carnaval em Montes Claros. “Já fui no Rio, Argentina, Uruguai, mas esse é o mais diferente, misturado com o rock”, diz o uruguaio Marcelo Diorro, aprovando o ritmo diferente.
O rock do Capa Preta também atraiu famílias, com crianças que preferem esse tipo de som. Catherine Tavares Sá estava no São Luiz com os dois filhos, de 10 e 8 anos. Eles saíram do bairro Maracanã, onde havia apresentação do bloco Maracangaia, para curtir o som do Capa Preta.
“No último Carnaval de rua nós viemos. Como gostamos bastante e tem muita criança e muita família, dá pra eles curtirem bastante”, diz. E Rafael, de 10 anos, não escondia a alegria. “Vou só pular, dançar não. Tem Carnaval que eu gosto mais que os outros, tipo esse aqui, do rock. Eu gosto mais que do de samba e forró”, afirma.