Manoel Freitas
Repórter
Apesar do impacto do bimotor Beach Baron, da Fretax Táxi Aéreo ter provocado a morte do piloto Tomaz Alencar Durães e do passageiro Luiz Carlos da Paixão, anteontem, entre Bocaiúva e Engenheiro Navarro, nenhum dos malotes que transportava foi destruído. Na verdade, ao contrário do que foi passado inicialmente para a imprensa, os malotes não pertenciam apenas ao Banco Itaú mas, sim, a todas as instituições bancárias do Norte de Minas.
Todos os malotes espalhados no local do acidente aéreo, que aparecem na foto ao lado de uma das rodas da aeronave, foram recuperados e ontem mesmo enviados para Montes Claros (Foto:Manoel Freitas)
No mesmo dia do trágico acidente, os malotes retornaram a Belo Horizonte às 19h e ontem, às 7h, já estavam à disposição dos bancos em Montes Claros, ou seja, seguindo os mesmos horários de remessa e recebimento de cheques e duplicatas, que seguem via aeronaves alugadas para compensação. De modo que, também ao contrário do que se acreditava, o bimotor PT-AFV, fabricado em 1976, não transportava valores em espécie.
Igualmente, ainda que os malotes tivessem sido destruídos, para as instituições bancárias o fato causaria uma série de transtornos, mas não acarretaria nenhum prejuízo, uma vez que os cheques supostamente devolvidos por falta de fundos – por exemplo – teriam sua cobrança a cargo de quem os recebeu e não por parte dos bancos em que foram depositados.
Do mesmo modo, a pane financeira, aventada inicialmente, estaria descartada, uma vez que antes da remessa dos cheques e duplicatas a Belo Horizonte, cada banco faz sua leitura magnética, via código de barras, enviando on-line para a capital, acrescidos de seus valores e a conta em que estão sendo creditados e debitados.
TODO O DINHEIRO FICA EM MONTES CLAROS
As agências dos diversos bancos espalhadas por todo o Norte de Minas têm horário diferenciado de abertura e fechamento justamente porque os documentos transportados pela aeronave têm que estar disponíveis às 18h em Montes Claros. Já os valores em espécie, como a cidade não tem nenhuma unidade do Banco Central, são depositados no SERET – Setor Regional de Tesouraria, localizado na agência regional do Banco do Brasil, na esquina das ruas Gonçalves Figueira e Viúva Francisco Ribeiro.
Na verdade, pelo que apurou O Norte, o SERET é a parte mais bem guardada do Banco do Brasil. Disponibilizado pelo Banco Central, é lá que as demais instituições guardam seus valores. Para tanto, pagam 0,15% para efetuar os depósitos e mais 0,15% para sacá-los.
