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Terça-Feira,15 de Julho
Cardápio tradicional fica salgado

Bacalhau tem aumento de 36% e consumidor opta por peixes frescos na Páscoa

Da Redação*
Publicado em 15/04/2022 às 01:11.Atualizado em 15/04/2022 às 11:14.

Sexta-feira da Paixão e Domingo de Páscoa são dias em que o bacalhau não pode faltar no cardápio, certo? Depende do orçamento familiar. O famoso pescado está com o preço salgado e não vai chegar à mesa de muitos montes-clarenses. A alta do produto importado foi, em média, de 36% em relação à Semana Santa do ano passado.

Pesquisa realizada pelo Departamento de Economia da Unimontes mostra que a inflação atingiu todos os peixes, principalmente porque esse é um período de maior demanda pelo produto por causa da quaresma.

Os que mais subiram foram o bacalhau do Porto e o salmão (36%), o bacalhau Saithe está 31% mais caro e peixes frescos custam 28% mais.

O cenário inflacionado faz o consumidor optar pelos peixes mais em conta. Proprietário de uma peixaria em Montes Claros, Gustavo Guimarães Cunha diz que os clientes estão optando por filés de tilápia, de corvina e de aruanã, pois são peixes que têm uma textura boa e podem compor receitas assadas ou de outras formas. “São peixes multifuncionais”, explica.

Estes pescados também ficaram mais caros em relação ao ano passado, mas em um patamar mais baixo – cerca de 10%. Já os peixes da região, como surubim e dourado, tiveram uma alta maior – entre 10% e 20% – porque houve pouca pesca no São Francisco. “Mesmo assim, têm bastante saída os peixes da região para a tradicional moqueca”, diz Gustavo. 
 
COMPLEMENTOS
E para fazer a receita com bacalhau ou peixe, não podem faltar alguns complementos, que também estão com preço mais elevado. Caso da batata-inglesa (19,3%), do azeite (18,12%), da azeitona em conserva (16,0%) e da cebola (7,12%). Os ovos também não escaparam da inflação: tiveram alta de 22,5%.

E para completar a mesa, quem gosta de combinar os pescados com vinho terá que desembolsar mais para comprar uma garrafa. O reajuste médio foi de 18% nos vinhos importados e de 11,12% nos nacionais. 

Filha do saudoso português Armando, que era dono de um dos restaurantes mais tradicionais de Montes Claros, Simone Martins está acostumada a comer bacalhau bom. Mas, neste ano, o peixe salgado ainda não foi comprado. “Vai depender do preço. Vou olhar em alguns lugares e, caso esteja acessível, compro! Se não, troco por um peixe mais em conta e gostoso do mesmo jeito”, diz.

Cuidados na escolha do peixe
Profissionais que trabalham com pescados alertam para preocupações que o consumidor precisa ter na hora de fazer a compra e garantir que a refeição também seja saudável e financeiramente viável.

Marco Antônio Araújo, da Oceânica Pescados, em BH, explica que a análise de qualidade do peixe varia conforme a espécie. E para que ninguém fique fora da tradição religiosa, ele mostra que há opções mais em conta no mercado.

“O dourado, por exemplo, precisa ter olhos brilhantes, assim como as guelras. Quando vemos a barriga dele aberta, tem que observar bem se não há muito sangramento e se a carne está bem vermelha”, ressalta.

Para ele, a cor e o brilho do animal são determinantes para uma boa escolha. Além do dourado, a dica vale também para a tilápia, a sardinha, e o mais conhecido de todos: o bacalhau. 

Nesse último caso, os cuidados precisam ser maiores. O peixe deve ter aparência mais uniforme, sem fendas abertas na pele ou aspecto pegajoso. Como essa carne é seca, é preciso observar uma cor mais amarelada, também por influência do sal.

*Com Larissa Durães

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