Railda Botelho
Repórter
railda@onorte.net
O Bairro Jardim Alegre, que era conhecido antigamente por Facela, fica a 10 km do Centro de Montes Claros, e curiosamente ainda não é considerado totalmente como sendo zona urbana. A fazenda Facela, que existe até hoje, no interior do Monte Alegre, dá às vezes aos moradores e até mesmo a quem visita o bairro a impressão de que todos vivem ainda em uma grande fazenda. Isso devido às características rurais às quais o bairro encontra-se inserido. Dentre as necessidades que a comunidade enfrenta, destaca-se a presença de um posto médico no local, sendo que, para uma pessoa ser medicada, é preciso aguardar pelo único ônibus que faz a linha para o bairro, ou caminhar até ao Monte Alegre, para ir em busca de socorro.
Cristina da Silva cita o caso de uma aluna que se acidentou e foi obrigada a passar por todo esse procedimento antes de ser socorrida.
Construção de ponte é uma das principais reivindicações
(Foto: divulgação)
QUASE INTRANSITÁVEL
José Renato Fonseca, que trabalha com o transporte das crianças que estudam na escola Laudelina Fonseca, explica que já há cinco anos faz esse tipo de serviço, sempre no mesmo itinerário, e o que mais teme é a situação em que se encontra a ponte que dá acesso ao Jardim Alegre, que está quase intransitável, e pode ceder a qualquer momento.
Para ele, essa é uma das necessidades mais urgentes, uma vez que a vida das crianças que transporta, e também dos moradores, corre perigo. As crianças que Renato transporta são oriundas de Campos Elíseos, Riacho do Fogo, Rio Verde e Me Livre.
A escola municipal Laudelina Fonseca é a única existente no bairro, e atende nos três turnos aproximadamente 500 alunos, no ensino fundamental e médio.
Em conversa com a reportagem, o presidente da Associação de moradores do Bairro Jardim Alegre, Geraldo Camilo Santos Junior, explica que está à frente da associação desde o início desse ano, e tem consciência de todas as necessidades que o bairro enfrenta. Prova disso são os constantes ofícios enviados por ele à secretaria municipal de Serviços Urbanos com vista a melhorias para a comunidade.
CASCALHO À VISTA
Geraldo diz que existe uma prioridade em relação ao cascalho, que já está sendo colocado nas vias de acesso do bairro vizinho (Monte Alegre) e que, com o esforço da diretoria da associação, em breve estará também nas ruas do Jardim Alegre, isso principalmente antes que as chuvas cheguem, e tudo fique pior por causa da lama.
Conforme explica Geraldo Camilo, desde a gestão passada fez reivindicações com vistas à reforma da ponte, sendo que o então vereador Vital Fonseca acabou por atender ao pedido apenas em parte, ou seja, mandou limpar e alargar a estrada, onde está localizada a ponte, mas ficou apenas nisso, não resolvendo a questão totalmente.
Atualmente foi enviado oficio, através do vereador Júnior de Samambaia, para o envio de cascalho, e ainda para a instalação de mais aparelhos telefônicos para a comunidade, que conta com apenas um aparelho que serve o bairro todo.
APENAS UM ORELHÃO
De acordo com Geraldo, os cabos da Telemar só chegam até ao posto de gasolina, e antigamente foi cogitado junto à antiga Telemig estender os fios até o bairro, mas alegou-se na época que a dificuldade era o fato de a comunidade ainda ser considerada como sendo da zona rural, o que acarretaria mais despesas, e dependia do interesse do proprietário da fazenda Facela.
A iluminação não é suficiente, principalmente nas principais vias de acesso, e conforme Geraldo, já foram feitos vários pedidos, inclusive ao falecido Manoel Caribe Filho, que prometeu resolver o problema, mas após a sua morte ficou tudo como estava.
O presidente da Associação de moradores do Bairro Monte Alegre explica que as reuniões fechadas da associação acontecem em sua própria casa, pois ainda não possuem prédio próprio para a sede, e que o objetivo dessas reuniões que contam com a presença apenas da diretoria, trata-se da resolução dos problemas mais graves enfrentados pela comunidade, sendo que as reuniões abertas são feitas no prédio da escola municipal Laudelina Fonseca, a cada terça feira de cada mês, e é aberta aos sócios, e a todos da comunidade que tenham interesse em participar.
CLUBE DE MÃES
Mirtes Santos Silva mora no Jardim Alegre há 25 anos e é presidente do Clube de mães. Ela fala da sua satisfação em estar à frente da entidade, que apenas engatinha, mas já colhe alguns frutos, em vista dos trabalhos realizados em prol da comunidade.
O Clube de mães desenvolve alguns cursos, como o de bordado, que é ministrado três vezes por semana, sendo que as professoras são da própria comunidade. E extração de corante, que é vendido, assim como os bordados, entre os moradores do bairro. Fazem parte do clube 8 mulheres, que também se dividem nos trabalhos de uma horta comunitária, que fornece verduras e hortaliças para a merenda dos alunos da escola.
Existe ainda, conforme informa Mirtes, a idéia de se construir uma fabriqueta de sabão, através do reaproveitamento de materiais recicláveis.
Geraldo Camilo afirma que é preciso que a nova administração invista mais no Jardim Alegre, inclusive tendo um interesse especial com a reforma da ponte, e a instalação de mais aparelhos telefônicos.
A DIRETORIA
A Associação de moradores do Bairro Jardim Alegre está assim constituída:
Presidente, Geraldo Camilo Junior; vice, Élcio Ferreira; tesoureiro, Cláudio Júnior; 2° tesoureiro, Adão Ferreira; 1ª secretaria, Marilene Silvas; 2ª secretária, Orleide Ferreira Pires.
Suplentes: Geraldo Camilo Santos, Mirtes Santos Silva, Denilton Soares Dias, Weberson Ferreira Gonçalves, Antônio Barbosa, Luiz Dias da Rocha.