Associação agoniza no Major Prates

Jornal O Norte
04/08/2005 às 16:02.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:49

Railda Botelho


Repórter


railda@onorte.net

Moradores do grande Major Prates encontram-se insatisfeitos com a falta de maior representatividade por parte da diretoria da Associação de moradores e, conforme explicaram, até agora a entidade só existe no nome e em época de política. Por isso, cobram providências por parte do atual presidente.

A faxineira Maria de Fátima Rodrigues Santos disse está revoltada com a situação em que se encontra a antiga sede da associação, hoje totalmente abandonada e entregue a vândalos, que passaram a ocupar o prédio.

De acordo com Maria de Fátima, que reside no bairro há cerca de quinze anos, a Associação de moradores do Bairro Major Prates encontra-se totalmente parada, e pode-se dizer que não existe mais, devido ao descaso do presidente, Loranildo Araújo. Fala, também, da falta de apoio e interesse dos próprios moradores, que não cobram os seus direitos ou procuram saber como estão as atividades da entidade.

CLUBE DE MÃES

Maria diz ter saudades do tempo em que a associação era presidida por pessoa conhecida por sargento Dário, que criou em sua gestão o Clube das mães, onde funcionava ativamente uma fábrica de doces, cursos de corte e costura, trabalhos manuais e outras atividades que ajudavam as mães do bairro a se socializar e divertir, e ganhar um dinheiro extra para ajudar no orçamento doméstico.

Para Maria, as datas comemorativas nunca passavam em branco, sendo que todas eram devidamente comemoradas, como dia das mães, dos pais, dia das crianças, sempre com muita festa e fartura, quando todo mundo se divertia e levava para casa algum tipo de lembrança para marcar o evento.

De lá para cá, conforme informou Maria de Fátima, a diretoria da associação  passou a sofrer mudanças, e os serviços prestados à população não foram mais os mesmos, havendo um descaso explícito no que se refere aos problemas enfrentados pelo bairro.

SÓ EM CAMPANHA

A moradora explica que o vereador Ademar Bicalho, por ocasião de campanha eleitoral, prometeu ativar a associação, mas tudo não passou de entusiasmo próprio de campanhas políticas, ficando tudo como estava, ou seja, os moradores continuam na mesma, sem uma associação que os represente de verdade.

O ajudante de serviços gerais Carlos Roberto dos Santos diz que até hoje não sabe qual o verdadeiro sentido de uma associação no Major Prates, sendo que desde que foi fundada, e mesmo em outras gestões, nada de concreto foi feito em prol do bairro. Carlos explica que fica revoltado quando lembra que ele próprio foi responsável pela eleição da pessoa que hoje está à frente  da entidade, mas que nada vem fazendo em prol dos moradores.

Ele cita como exemplo de descaso as péssimas instalações da quadra de esportes, o abandono total da praça principal do bairro e o visual do prédio do posto policial, que precisa  passar por uma pintura nova e também por algumas reformas.

Para ele, se existisse uma associação de verdade e em atividade tudo ficaria mais fácil, inclusive, a população teria, entre outros benefícios, um local para velar os seus mortos, como ocorria anteriormente, na própria sede da entidade.

DESCRENÇA

A dona de casa Lindracy Barbosa, que é proprietária da padaria São Geraldo e mora no bairro há 20 anos, diz não acreditar mais em uma reativação da associação, uma vez só se ouve falar no assunto em época de campanhas políticas. Quando passa a eleição, ninguém mais fala no assunto. Para ela, todos se encontram desmotivados e desacreditados em uma possível reativação da entidade.

Cabo Lessa, responsável pelo posto policial, que fica na praça principal do bairro, diz que, de acordo com a demanda, e pelo fato de o bairro ser considerado um dos mais populosos de Moc, há várias ocorrências diariamente, principalmente nos finais de semana, quando existe há maior concentração de pessoas nas ruas, e também nas dezenas de barzinhos instalados na praça principal do bairro, culminando sempre em brigas e confusões consideradas mais graves.

O atendimento estende-se também ao Chiquinho Guimarães, Canelas, São Geraldo e adjacências. Para ele, a associação é importante, quando proporciona maior interatividade junto aos moradores que, por sua vez, respondem com trabalho, responsabilidade e sociabilidade.

Procurado pela reportagem, Loranildo Araújo não foi encontrado em sua residência para falar sobre o assunto.

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