Valéria Borborema


Colaboração para O NORTE

Na última sexta-feira, 19 de junho, durante a solenidade do Sagrado Coração de Jesus, quando os católicos comemoraram o Dia Mundial de Oração pela santificação dos sacerdotes e iniciaram o Ano Sacerdotal (2009-2010), o Arcebispo Metropolitano de Montes Claros, Dom José Alberto Moura, destacou a importância da Igreja e do padre para a difusão e a eficácia da mensagem salvífica de Cristo na vida das pessoas. E que, por isso, ambos precisam ser respeitados, apesar de eventuais falhas. Explicou que o sacerdote é humano, sujeito a erros, mas se torna especial na maneira como conduz seu ministério, sempre à busca da perfeição evangélica, enquanto a Igreja foi fundada pelo próprio Jesus a fim de criar as condições ideais para levar a efeito a missão do Filho de Deus na Terra. Ele assim se expressou na missa das 18h30, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, Centro da cidade, onde estavam presentes cerca de 500 fiéis.

O líder religioso citou o prefeito da Congregação para o Clero na Cúria Romana, Cardeal Dom Claudio Hummes, segundo o qual a Igreja manifesta publicamente o orgulho que tem de seus padres e do trabalho pastoral que desenvolvem. Na esteira desse raciocínio, Dom José Alberto antecipou que, no decorrer do Ano Sacerdotal e dos 150 anos de nascimento de São João Maria Vianei, o Santo Cura D’Ars, padroeiro dos padres, iniciativas do Papa Bento XVI, a Igreja Particular de Montes Claros desenvolverá ações de valorização dos sacerdotes, com foco na fidelidade divina.

- Neste Ano Sacerdotal, o Papa nos coloca a fidelidade de Cristo ao projeto de Deus. Deus é sempre fiel, mesmo diante da rebeldia de alguns, completou ao sublinhar a beleza da vocação que leva o escolhido a desejar imitar Jesus, manifestação do divino no humano e do humano no divino – ressaltou.

Dom José Alberto, que tem 38 anos de sacerdócio, teve como concelebrantes quatro presbíteros: Monsenhor Antônio Gonçalves Rocha, Vigário-Geral da Arquidiocese, Padre Joaquim Ferreira de Almeida, presidente do Tribunal Eclesiástico, Padre José Honório de Andrade e Padre Dorival Souza Barreto Júnior, Vigário e Pároco da Catedral, aos quais fez questão de cumprimentar e parabenizar.

Após a homilia, o Arcebispo de Montes Claros abençoou fitas com a medalha do Sagrado Coração e as entregou a mais de 20 novos membros do Apostolado da Oração, uma associação de fiéis que se unem a Cristo e a seu Sagrado Coração para propagar o amor. A Festa do Sagrado Coração na Catedral Metropolitana terminou com procissão nas ruas adjacentes ao majestoso templo.

DEVOÇÃO ANTIGA

Os católicos atestam que a devoção ao Sagrado Coração de Jesus é tão antiga quanto a Igreja, pois começou na cruz onde o coração do crucificado, traspassado pelo ferro da lança, tornou-se símbolo da fonte maior do amor. Mas o evangelho sinaliza para outra evidência do fato ao narrar o gesto de João, o discípulo amado, encostando a cabeça no peito de Jesus durante a última ceia. Nesses dois momentos tem-se o sofrimento causado pelos pecados da humanidade e o consolo pela dor do anúncio da paixão, na Quinta-Feira Santa.

A festa litúrgica, que ocorre na oitava depois da Solenidade de Corpus Christi, foi consagrada pelo Papa Clemente XIII, em 16 de junho de 1675. Enquanto a missa recebeu ofícios próprios, inspirados nas revelações feitas a uma freira chamada Margarida Maria Alacoque, a quem Jesus teria dito: Eis aqui este Coração que amou tanto aos homens, que não omitiu nada até esgotar-se e consumir-se para manifestar-lhes seu amor, e por todo reconhecimento, não recebe da maior parte mais que ingratidão, desprezo, irreverências e tibieza que têm para mim neste sacramento de amor.