
A Polícia Civil de Minas (PCMG) concluiu o inquérito que apurou o homicídio de um homem de 36 anos, morto após pular o muro e invadir a casa da ex-companheira, de 45 anos, na cidade de Montes Claros, no dia 23 de maio de 2023, no bairro Vila Castelo Branco. Conforme as investigações policiais, a vítima de feminicídio tentado é inocente de ter assassinado o agressor; que tem passagens policiais por estupro, furto, tráfico de drogas e um homicídio em Brasília de Minas.
Por não ter aceitado o término do relacionamento, que havia ocorrido há um ano e oito meses, o homem passou a ameaçar constantemente a mulher de morte. Por sua vez, a ex-companheira mudou de residência várias vezes e, ao retornar ao endereço que ele conhecia, foi vítima de uma tentativa de feminicídio. O homem pulou o muro da casa da mulher com uma arma branca, uma faca, e tentou agredi-la. Para se defender, ela se apossou de um pedaço de madeira e atingiu o ex-companheiro com um golpe na cabeça. Logo em seguida, ela saiu correndo para a rua pedindo socorro.
“O agressor já tinha diversos episódios de violência física e psicológicas contra a mulher. E, na tentativa de se defender, como de fato ocorreu, ela agride este agressor que veio falecer em decorrência dessa lesão provocada pela agressão com a madeira”, explicou o delegado, Bruno Rezende, durante coletiva na 11ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp).
Para o delegado, pode-se afirmar que ela resistiu a uma tentativa de feminicídio, pois, “de fato ao resistir contra uma tentativa de agressão contra ela e por ser ele um ex-companheiro, configuraria em um feminicídio tentado ou consumado”.
Para o inquérito, ficou claro que o atual namorado da mulher não estava no local no momento do crime, como foi apontado na ocorrência policial. Além disso, também foi constatado de que outras pessoas que entraram na residência não contribuíram com o resultado da morte. “A partir do pedido de socorro dela, diversas pessoas entraram no local e teriam arrastado o corpo da vítima, mas esse arrastamento e agressões praticadas por essas pessoas, não foram suficientes para ser relevante em relação à morte”, disse o delegado.
Um alerta chegou a ser dado pela própria família do agressor. “Eles já tinham feito contato com a mulher alertando a possibilidade do risco que ela estava correndo”, informou Rezende.
Devido ao contesto, a mulher já tinha registrado boletim de ocorrência e solicitado medida protetiva. Entretanto, segundo explicou o delegado, ela fez solicitações legais de proteção em tempos remotos, entendendo que não precisava dar prosseguimento devido o rompimento.
Agora, o inquérito policial é encerrado e encaminhado sem o indiciamento da autora de 45 anos ao Ministério Público que fará análise se ofertará ou não denúncia.