Railda Botelho
Repórter
railda@onorte.net
Os brechós tornaram-se uma opção criativa e diferente para quem pretende economizar e, ao mesmo tempo, fazer sua própria moda. Em Montes Claros, esse tipo de comércio já se tornou referência entre as pessoas que preferem bater pernas em busca de um detalhe diferente para compor sua vestimenta sem precisar gastar uma fortuna.
Originados na França, os brechós estão hoje espalhados pelos grandes centros, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Cada vez mais sofisticados, oferecem à clientela uma enorme variedade de mercadorias, que são cuidadosamente escolhidas e expostas em vitrines para apreciação desse tipo diferente de cliente.
Em Moc existem quatro brechós, que se situam no Bairro Major Prates e nas ruas Belo Horizonte, São Francisco e Bocaiúva, sendo que existe uma clientela fixa para cada um deles.
Brechó da Rua Bocaiúva é um dos quatro de Montes Claros
COMO SURGIU
Elenita Costa, que é proprietária do brechó do Major Prates, diz que tomou gosto por esse tipo de comércio a partir do momento em que descobriu que as roupas que separava para serem doadas na porta de casa poderiam ser expostas e vendidas a pessoas do próprio bairro.
Dessa forma é que sentiu a necessidade de alugar um cômodo, ao lado de sua casa, e começar o negócio que, para ela, tem sido uma ótima opção de renda e também de lazer, pois já se acostumou a abrir a pequena loja todos os dias por volta das oito horas da manhã, quando começa a receber as pessoas, em sua grande maioria vizinhos e amigos.
Elenita diz que já não se vê fazendo outra coisa que não seja trabalhar em seu pequeno comércio de roupas usadas.
A aposentada, Maria Aldice Evangelista, que há três anos possui o brechó Abric-Abrac, na Rua Bocaiúva, 495, fala com satisfação do seu negócio que, para ela, é uma terapia dupla, quando consegue unir o útil ao agradável no que se refere às vendas, e aos muitos amigos que adquiriu através de visitas feitas ao seu brechó.
Para Aldice, para montar e manter esse tipo de negócio é preciso, antes de tudo, se apaixonar pela idéia e, posteriormente, passar a gostar do que faz, ou seja, para ela manter a loja funcionando e dando certo, é preciso que a pessoa se empenhe, seja criativa e goste de inovar sempre.
Pequenas lojas fazem grandes negócios com mercadorias a preço baixo
(Fotos: Adriano Madureira)
OPORTUNIDADE
Conforme explicou a aposentada, o verdadeiro sentido de um brechó é dar oportunidade às pessoas de todas as classes a ter uma opção a mais para se vestir bem, inclusive com roupas de grife, que são oferecidas quase sempre por menos da metade do preço.
Para ela, que trabalha em ponto próprio, os lucros são satisfatórios, principalmente quando considera Montes Claros, ainda, uma cidade preconceituosa no que se refere à pratica de freqüentar brechós, se comparada a outros grandes centros, onde pessoas de todas as classes, inclusive as de poder aquisitivo médio e alto, já se acostumaram a freqüentar esse tipo de comércio, tendo a oportunidade de construir um estilo diferente, já que é nos brechós que se encontra de tudo um pouco, principalmente artigos bordados à mão, óculos, bijuterias, cintos e bolsas de couro, além de roupas e sapatos finos para festas.
Leila Rego, que é também proprietária de um brechó na Rua São Francisco, diz que sua loja é um pouco mais sofisticada, quando comercializa artigos mais finos, quase sempre novos, não perdendo, no entanto, as características de um brechó comum, onde se pode encontrar, também, artigos usados, semi-novos e ao alcance de todos os bolsos.
As estudantes Lindiane Fernandes e Lorena Thaína dos Reis dizem adorar os brechós, e sempre que sobra um tempo e também um pouco da mesada correm para lá, no sentido de adquirir algum artigo diferente, como uma bolsa, um cinto ou um jeans trabalhado à mão.
- Acho os brechós maneiros, com mercadorias diferentes e criativas, e é em um brechó que gasto sem ver toda a mesada do mês - afirma Lorena.