Setor de eventos amarga queda superior a 75% em Montes Claros

Sem data para retomada, associação apresenta proposta à prefeitura

Márcia Vieira
O NORTE
19/06/2020 às 00:55.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:49
 (Divulgação)

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Desde que foi decretada a quarentena em Montes Claros, em março deste ano, o setor de eventos é um dos mais afetados pela suspensão das atividades. O decreto nº 4.046, publicado no Diário Oficial do Município em 20 de maio, detalha o retorno de diversas atividades, muitas já iniciadas, e com uma última etapa sem data para retomada. Mas, nenhuma delas incluiu o setor que tem um leque diversificado de atuação: shows, casamentos, formaturas, aniversários, feiras, congressos.  A previsão de faturamento ia num crescente até a chegada do coronavírus. Algumas empresas apontaram, em pesquisa, que a expectativa era de crescimento superior a 50% em relação a 2019. Mas os planos tiveram que ser revistos e mais de 40 eventos já agendados foram adiados. Sem perspectiva a curto prazo e temendo o fechamento das empresas, cujo faturamento registrou queda de 76% a 100%, a Associação Mineira de Eventos e Entretenimento (AMEE), com representação no Norte de Minas por meio de 50 associados, elaborou um protocolo de segurança para retomada das atividades e entregou ao secretário de Serviços Urbanos e integrante do Comitê de Combate à Covid-19, Vinícius Versiani. “Nossa intenção não é pressionar. Queremos ser lembrados. O objetivo é dialogar e contribuir com o poder público para um retorno seguro. O setor foi o primeiro a parar e será o último a retornar. 48% dessa fatia é de microempresas que têm entre dez e 20 anos de experiência e podem sumir do mercado”, revela Fernando Nobre, diretor da AMEE na região. Ele aponta que em único evento, como uma formatura, é possível gerar cerca de 500 empregos diretos e indiretos e fazer girar a economia. “Os eventos movimentam salões de beleza, lojas de vendas e aluguel de roupas, empresas de salgados e doces, dentre outros. O mercado é muito amplo e forte na nossa região. Só perde para o agro e a indústria. Tem eventos grandes que a gente sabe que terão que ser adiados, mas podemos realizar eventos seguindo etapas, respeitando o limite de 50 ou 100 pessoas, por exemplo. Alguns bares na cidade já estão autorizados a funcionar e têm espaço para receber 50 pessoas. É essa a nossa discussão”, diz Fernando. “Quando a prefeitura se posicionar e marcar datas, a gente começa a se planejar para o mercado não quebrar. Sem essa previsão, os clientes começam a pedir o cancelamento dos contratos porque não têm uma perspectiva de retomada”. De acordo com o diretor da instituição, o secretário Vinícius Versiani ainda não deu uma definição sobre a retomada dos serviços, uma vez que o avanço vai depender dos resultados da quarta etapa da flexibilização, que teve início ontem. Com a permissão para comemorações com até 25 pessoas, a AMEE está organizando um evento modelo para mostrar ao Executivo, na prática, a viabilidade do funcionamento.
 Nova onda reabre bares e shoppingsApesar do aumento dos casos de Covid-19 nas últimas semanas em Montes Claros, a prefeitura não retrocedeu na flexibilização. Mas lançou mão de um novo decreto que impõe regras aos setores de bares, restaurantes, lojas de conveniência e similares, que puderam a abrir as portas ao público ontem. De domingo a quinta-feira, estes locais poderão abrir de 8h às 22h. Nas sextas e sábados, o horário poderá ser estendido até as 23h. Atividades internas administrativas e de reabastecimento podem ser realizadas fora dos horários estipulados. A limitação não inclui os estabelecimentos ao longo das rodovias. A implantação da nova etapa da flexibilização ontem incluiu a reabertura do Shopping Popular, depois de muitos protestos dos lojistas. Mas o estacionamento está fechado para evitar aglomerações. A orientação é para que os lojistas garantam o distanciamento entre os clientes e disponibilizem álcool em gel e meios de higieni-zação, além da delimitação de uso dos bancos nos corredores. O Montes Claros Shopping também reabriu, com horário reduzido e seguindo protocolos determinados pelo grupo empreendedor e orientação de infectologista do Hospital Sírio Libanês. As máscaras são obrigatórias para todos. Haverá medição de temperatura para todos que acessarem o local e limitação do fluxo de pessoas. As lojas estarão abertas das 12h às 20h, de segunda a sábado, e de 12h às 17h aos domingos e feriados. A praça de alimentação vai funcionar todos os dias, de 12h às 20h. Grupos de risco estão restritos ao horário de 11h às 12h em qualquer local do shopping. A praça de alimentação opera com capacidade reduzida em 50% e as atividades recreativas estão suspensas. Funcionamento do cinema, academias e unidades de ensino e UAI seguirão diretrizes dos decretos municipais. A reportagem não obteve retorno do Shopping Ibituruna Center.  

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