Pandemia escancara riscos dentro de casa

Em 2020, Samu registrou 335 acidentes domésticos com crianças em 7 meses

Larissa Durães
O NORTE
07/12/2021 às 00:03.
Atualizado em 14/12/2021 às 00:35
 (arquivo pessoal)

(arquivo pessoal)

É bem verdade que ficar em casa no período de “lockdown” ajudou na diminuição dos casos de contaminação por Covid-19. Mas também abriu brecha para que crianças de até 12 anos sofressem acidentes domésticos. Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), houve 335 ocorrências deste tipo somente de janeiro a julho de 2020. Quedas representam a maioria dos registros: 129 ocorrências. O Samu não tem os dados de 2021 disponíveis. 

Pais que acreditam que os filhos estão completamente protegidos em casa estão enganados, diz o tenente Kolek Pereira, do 7º Batalhão do Corpo de Bombeiros de Montes Claros. O risco existe porque, muitas vezes, as crianças estão sem custódia de um adulto ou os responsáveis não estão muito atentos a elas. 

Ele diz que os acidentes podem ser de diversas naturezas. “Queimaduras, introdução de objetos nos orifícios (do corpo), ficar presa em grades de proteção, entre outros”. 

Há o risco, inclusive, de os acidentes terminarem em morte. 

“Os pais devem manter uma atenção maior com as crianças, principalmente não deixando-as manusear objetos pontiagudos, nem brincar na cozinha ou subir em algo de onde possam cair. E se for sair, cuidado com ruas, carros, motos, clubes e balneários”, alerta. 

Quem sabe que o perigo pode estar dentro de casa é Laíza Coelho Gomes. Mãe de uma menina de 3 anos, muito curiosa, ela conta que vira e mexe a filha Adara se coloca em situações arriscadas.

“Na pandemia, parece que a energia dela aumentou, e aí subia nas coisas e pulava muito. Mesmo com a gente sempre de olho, não conseguimos evitar tudo, e, um dia, pulando da cadeira, ela caiu e quebrou o braço”.

Em outra ocasião, a menina enfiou bolinhas no nariz no curto tempo em que a mãe foi buscar água para ela. Os pais tentaram tirar com uma pinça, e encontraram duas. No dia seguinte, a filha reclamou de dor de cabeça. “Aí descobri que tinha ficado mais uma, que não tínhamos visto. Levamos ao médico e, chegando lá, ela engoliu. Dois dias depois, apareceu nas fezes”, diz. 

“Às vezes, só o olhar dos pais sobre os filhos pode não ser suficiente”, diz o tenente Kolek. Por isto, ele dá conselhos sobre como tentar evitar acidentes com crianças em casa. “Adultos precisam aumentar a atenção, pois basta uma distração para o pior acontecer. Tudo pode ocorrer em fração de segundos. Por isto, insisto em dizer que toda atenção é pouca”, alerta. 

O telefone do Samu é 192. 

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