Milhas que levam ao mundo das letras

Para estimular a leitura, escola recompensa alunos dedicados com moeda fictícia que é trocada por livros

Gian Marlon*
27/12/2018 às 06:22.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:45
 (DIVULGAÇÃO)

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O conhecido programa de milhas, desenvolvido pelas companhias aéreas para recompensar passageiros assíduos com descontos nos bilhetes, serve de inspiração à Escola Estadual Dom João Antônio Pimenta, no Centro de Montes Claros, para estimular a dedicação e o hábito de leitura entre os alunos.

Há dez anos, a instituição de ensino desenvolve projeto pelo qual os professores distribuem, a cada 15 dias, uma moeda fictícia aos alunos de 6 a 11 anos que se destacam pelo empenho e dedicação às obrigações escolares. Em 2018, o projeto passou a se chamar Milhas.

O primeiro objetivo da ação pedagógica, segundo a diretora da instituição, Léa Lopes, é manter o clima de organização na escola. “O aluno que se comporta bem, faz todas as atividades propostas, colabora com todas as regras combinadas dentro da instituição é recompensado. À medida que ele vai desenvolvendo o espírito de pertencimento com a escola, vai entendendo que deve colaborar. À medida da sua colaboração, conquista as milhas, que são trocadas por livros, cuja leitura leva a verdadeiras viagens rumo ao conhecimento”, diz a diretora.

Crianças que desejam acumular milhas devem cumprir regras como respeitar os horários de chegada e de saída; fazer todas as tarefas; manter boas relações interpessoais; ser educado, não estragar as dependências da escola. “De fato, as regras incentivam que a criança cuide do nosso patrimônio, porque como público, é de todos. Então, a gente tem o seguinte lema: se é meu, eu cuido. Se é nosso, cuidamos muito mais”, afirma a diretora.

O projeto visa também estimular o amor ao livro impresso na nova geração, cada vez mais entretida com as redes sociais e jogos na internet.

Na visão de Léa Lopes, as atividades servem de grande incentivo à leitura, uma vez que a tecnologia tem substituído o hábito de ler, folhear e “viajar” por meio do rico conteúdo dos livros.

Para a diretora, a escola tem o papel imprescindível de não deixar que os clássicos literários morram e que as histórias deixem as prateleiras da biblioteca e façam parte da vida dos meninos e meninas.

Ela lembra que a participação dos pais também é fundamental para a execução de todas as etapas do projeto. “Os pais são os principais incentivadores. No final, eles fazem a doação dos livros e a adesão é muito satisfatória”, destaca.

A bibliotecária da escola, chamada de dona Milhas, é a responsável por cuidar do banco. Todos os estudantes pegam o que foi reunido durante o ano letivo e vão à loja para realizarem compras de livros e viajarem durante as férias na leitura.

A fisioterapeuta Cláudia Souza, mãe de Layza Alves, de 9 anos, diz se sentir orgulhosa com tudo o que a filha tem aprendido.

“O efeito é positivo. O Projeto Milhas serve de incentivo para os alunos. Layza adora ler. Me pediu de presente de Natal uma coleção de livros. No recreio da escola, em vez de ficar correndo no pátio, vai à biblioteca. A escola incentiva muito a leitura”, diz.

Ao longo das aventuras literárias, segundo a Cláudia, a filha adquiriu habilidades que caminham entre o modo de escrever e as experiências vivenciadas. “A leitura ajuda muito na escrita. Layza não tem dificuldade de redigir textos. Tem um caderno onde faz vários textos sobre o cotidiano dela”, diz com o orgulho a mãe.
* Estagiário sob supervisão do editor

 

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