Medo da Covid-19 espanta pacientes de hospitais em MOC

Unidades de saúde registram queda na procura por atendimentos de outros tipos de doenças e na realização de exames

Márcia Vieira*
O Norte
01/05/2020 às 01:49.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:24
 (Divulgação)

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O Hospital Municipal Alpheu de Quadros apresenta, nos últimos dias, um cenário bem diferente do habitual. As filas na espera por atendimento, que sempre foram comuns e longas, desapareceram. O prédio, que abrigará um dos hospitais de Campanha que serão instalados na cidade, viu a demanda de pacientes com outros problemas de saúde despencar.

O quadro encontrado no Alpheu se repete em outras unidades de MOC e em todo o país. Enquanto os números de casos e de mortes causadas pelo novo coronavírus não param de aumentar, hospitais particulares, laboratórios e clínicas de diagnóstico por imagem enfrentam um paradoxo: pacientes com outras doenças estão deixando de buscar atendimento por medo da Covid-19.

A situação, segundo entidades que representam os estabelecimentos, ameaça o equilíbrio financeiro do setor de saúde suplementar. Segundo a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), o número de exames realizados caiu cerca de 80% desde que o novo coronavírus começou a se espalhar pelo país, entre o fim de fevereiro e o início de março. As cirurgias caíram pela metade.

De acordo com o diretor executivo da entidade, Marco Aurélio Ferreira, a realização de procedimentos cirúrgicos corresponde a quase 50% do faturamento dos hospitais particulares.

Consultada sobre números de atendimento atualmente no Alpheu de Quadros e sobre aumento de busca pelos PSFs, a prefeitura não respondeu até o fechamento desta edição.

Na Santa Casa, o Pronto-Socorro (SUS), que chegava a receber, em média, 420 pacientes por dia antes da pandemia, registrou queda de cerca de 40% na procura. No Pronto-Atendimento (convênio e particular), a redução foi de 65%.

Em nota, o Hospital Aroldo Tourinho informou que “neste momento não é possível mensurar em números essa redução, mas houve diminuição na procura dos serviços hospitalares”.

De acordo com Maria de Almeida, gerente de enfermagem do Hospital Dílson Godinho, a redução no fluxo de pacientes se deve aos decretos municipais de cancelamento de todo e qualquer procedimento eletivo, assim como da Agência Nacional de Saúde (ANS), que coordena os planos de saúde.

E na porta de entrada, na urgência e emergência, a redução é mesmo em razão do impacto da Covid-19, que faz a população evitar a procura por medo de contaminação.

Já o Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira não vive a situação. A unidade, que antes atendia casos de cirurgias eletivas, passou a funcionar como pronto-atendimento depois da pandemia e já está preparado para atender eventuais pacientes da Covid-19, sendo uma referência na situação. São dez leitos de UTI e 32 leitos clínicos, com previsão de liberação de mais 20 leitos de UTI que já estão prontos.

*Com Agência Brasil

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