Maioria das amostras de Covid em MOC é da Delta

Variante mais transmissível do coronavírus está em 75% das amostras sequenciadas da Covid em MOC

Marina Proton
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20/10/2021 às 00:07.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:05
 (FERNANDO MICHEL)

(FERNANDO MICHEL)

Três a cada quatro amostras sequenciadas do coronavírus em Montes Claros já são da variante Delta. Significa 75% dos casos, índice inferior ao registrado em Minas (88%), mas igualmente preocupante devido à maior transmissibilidade da doença por essa variante. Nas regionais de saúde de Juiz de Fora, na Zona da Mata, e Coronel Fabriciano, no Vale do Rio Doce, os registros já chegam a 100%. Até a última segunda-feira, a cepa infectou mil pessoas em 164 cidades do Estado. Nove óbitos foram confirmados. 

A análise faz parte de um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os números, no entanto, podem ser maiores. Segundo o pesquisador do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução da instituição, Renan Pedra, há uma subnotificação. 

“Enquanto a gente tiver um critério de testagem baseado em sintoma, a gente sempre vai ter uma subnotificação. Sabemos que parte da população não manifesta sintomas”, disse, considerando ainda que, em breve, a cepa pode se tornar a única em circulação no território mineiro. 

“É algo esperado até, eventualmente, outra variante surgir. As fronteiras estão cada vez mais abertas. Então, tem a chance de alguém trazer outra cepa”. 

INDICADORES 
Mesmo mais transmissível e considerada mais perigosa em relação às demais variantes, a Delta não foi capaz de impactar nos indicadores da pandemia em Minas. No Estado, os números relacionados a casos e óbitos seguem em queda, com a ocupação dos leitos de UTI exclusivos para Covid-19 em 23%. 

“O que tem de hipótese no momento é o fato de que nós tivemos muitos casos de Gama. E em outros países que estavam com a vacinação avançada e mesmo assim tiveram surtos, a variante forte foi a Alpha. Então, realmente parece que uma infecção prévia com a Gama, atrelada à vacinação, criou uma imunidade que auxiliou e fez com que a Delta não chegasse e mudasse o cenário”, avalia Renan Pedra. 

O pesquisador, no entanto, reforça que a imunização com duas doses, junto às medidas de proteção, são essenciais para seguir com o escudo contra a Delta. 

“A vacinação é importantíssima. Temos números que mostram que, hoje, a maioria das pessoas que morrem em Minas não completaram o esquema vacinal. Inclusive em idades que já deveriam estar protegidas. É claro que os indicadores estão caindo, mas muitas famílias ainda estão enterrando seus entes” finalizou. 
 
PERFIL
Em Minas, a Delta já contaminou desde bebês de 1 mês até idosos de 95 anos. A média de idade é de 44 anos. Mulheres são as mais infectadas, 56% dos casos. 

O número de óbitos segue estável. As nove mortes foram registradas em mineiros de 36 a 83 anos, que eram de Belo Horizonte, Contagem, Piraúba, Caratinga (2), Rio Novo, Claro dos Poções, Uberaba e Cabeceira Grande.

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