
O Jardins para Borboletas está concorrendo ao prêmio de melhores projetos voltados para o sistema carcerário do país. De iniciativa do Ministério Público e Defensoria Pública, surgiu no ano passado com objetivo de homenagear mulheres que fomentam a cultura, a preservação do meio ambiente ou qualquer tipo de serviço de relevância para a cidade. Atualmente, já foram instaladas esculturas de três borboletas, construídas por pessoas em situação de rua e por internos do sistema prisional.
As esculturas são projetadas pelo artista plástico Gu Ferreira e construídas por 12 pessoas– sendo seis detentos e seis moradores de rua. O primeiro grupo é selecionado pelo Poder Judiciário e o outro é escolhido pela Secretaria de Defesa Social.
As obras de arte são confeccionadas em estrutura de vergalhões e sucatas. Os jardins onde são instaladas, em praças e canteiros da cidade, recebem tratamentos paisagísticos para destacar a obra e atrair borboletas.
“Faço uma pesquisa sobre a homenageada e tento colocar algum detalhe que possa remeter à personalidade dela. Mas não que identifique totalmente a pessoa, pois a borboleta não é apenas para a homenageada e sim para as mulheres em geral”, explica o artista.
Segundo Vânia Mota, que ajudou a elaborar o projeto Jardins para Borboletas, a ideia surgiu por meio do livro de Hugo Werneck que, em suas histórias, identificava as mulheres como borboletas.
“Também temos a referência do Japão, onde borboleta representa o feminino, a metamorfose que a mulher passa e pelas suas diferenças de cores”, explica Vânia.
O promotor de Justiça do Meio Ambiente, Paulo César Vicente de Lima, explica que as 12 homenageadas foram escolhidas pela comissão de parceiros que coordena o projeto. “As próximas escolhidas serão sugeridas pela população, observando-se os critérios estabelecidos, como não ter vínculo partidário, ter ou ter tido trajetória de vida de envolvimento com questões sociais, culturais, ambientais, educacionais”, enumera.
Para votar no projeto, basta acessar o site www.bancodeprojetos.cnmp.mp.br.
HOMENAGEADAS
A primeira borboleta foi implantada na rotatória da Rodoviária in memorian à promotora do Meio Ambiente Ana Heloísa Marcondes. A segunda fica na avenida Deputado Esteves Rodrigues e é uma homenagem à enfermeira Antônia Colares (Tonha da Santa Casa). A última escultura construída está afixada no trevo do Sion, em honra a Maria de Custodinha, que foi a primeira mulher a coordenar o grupo Catopês.
As próximas homenageadas serão Yvvone Silveira, Marina Lorenzo Fernandez, Josefina Mendonça, Irmã Veerle, Heloisa Sarmento, Dona Tirburtina, Zezé Colares, Yara Tupynambá e Priscila Miranda.