
O Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira (HCMR), reconhecido por realizar assistência humanizada aos pacientes e utilizar a tecnologia a favor da promoção da saúde, conseguiu diminuir a distância entre quem está internado e familiares. Por meio de videoconferência, a unidade de saúde está realizando uma “visita” virtual, amenizando a saudade e o sofrimento de ambas as partes.
O projeto foi idealizado pela equipe médica da UTI e assistência social, e apoiado pela Comissão de Ações Covid-19 e diretoria assistencial e administrativa. Para colocar a ideia em prática, contou com a equipe da Tecnologia de Informação (TI) da instituição.
Antes da pandemia, as visitas (físicas) eram feitas duas vezes por semana. Porém, com a necessidade de isolamento, tiveram que ser suspensas.
A videoconferência foi transmitida dentro da instituição. Familiares do paciente ficaram em uma sala reservada, puderam vê-los, conversar (com os que apresentavam quadro de lucidez) e tirar dúvidas com o médico sobre o tratamento adotado para cada um deles.
O HCMR optou pela transmissão no próprio espaço do hospital para garantir que os pacientes e familiares não fossem expostos ou que seus dados não fossem recolhidos, já que a conexão da instituição utiliza sistema privado. Apesar disso, todas as técnicas de segurança recomendadas pelo Ministério da Saúde foram rigidamente seguidas.
Renato Oliveira, médico que coordena a UTI do Hospital das Clínicas, ressalta a importância da iniciativa no novo formato de visitas, com o auxílio da videoconferência.
“Respeitando as normas do Ministério da Saúde, junto à equipe de vigilância e Centro de Controle de Infecção Hospitalar, nós tivemos a oportunidade de discutir e avaliar a metodologia que pudesse ser adequada ao momento e permitisse também que as famílias pudessem participar dos cuidados dos seus entes que estão institucionalizados”, explica o médico coordenador.
PERTO DE QUEM AMA
Valdete Ferreira da Silva é filha de uma paciente da UTI. Ela participou da videoconferência e destacou a emoção em matar a saudade da mãe.
“Foi uma ótima experiência. Está completando um mês que minha mãe está internada e, devido à pandemia, não podemos acompanhá-la. Por mais que ela não consiga falar, só de conseguir vê-la, nos deixa muito feliz”, afirma.
Segundo a assistente social do HCMR, Elquia Prado, que acompanhou os familiares durante a transmissão, a humanização no tratamento de qualquer tipo de enfermidade é de extrema importância para a evolução do paciente.
“A equipe médica e o serviço social idealizaram uma videoconferência. Nesse formato, o médico passa o boletim e esclarece dúvidas. Esse meio também é uma garantia do direito do paciente. Neste momento, precisamos garantir esse direito e, ao mesmo tempo, atender as recomendações de isolamento social”, ressalta Elquia.
Angústia amenizada
O projeto gerou bastante expectativa, tanto para a equipe profissional quanto para os familiares. “Percebemos que foi proveitoso e permitiu que a família pudesse compartilhar o momento da internação dos seus entes. Os pacientes que estão em estado de lucidez tiveram a oportunidade de visualizar os familiares e tirar um pouco da angústia que estão passando”, afirmou o médico Renato Oliveira.
Após dias sem poder ver o pai, Renata Beatriz Rocha Froes celebrou a “visita” virtual. “Foi uma experiência positiva, bastante válida, pois conseguimos diminuir um pouco a ansiedade, saber como meu pai está sendo tratado e sua reação ao tratamento. Também matamos um pouco a saudade. Tem um bom tempo que ele está internado e, pelo fato de estar entubado, ele não consegue conversar”.