Família circense é pega de surpresa pela pandemia e passa necessidades em Nova Esperança

Márcia Vieira
O Norte
07/05/2020 às 01:57.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:27

Integrantes de uma família circense estão em apuros no distrito de Nova Esperança, em Montes Claros. Eles chegaram à cidade em fevereiro e foram surpreendidos pela pandemia do novo coronavírus. Tiveram que permanecer no local, sem realizar apresentações e sem condições de voltar a Sete Lagoas, cidade de origem do grupo.

O chefe da família e administrador do circo, Narciso Soares, com mais de 60 anos de idade e da quinta geração da família circense, disse que nunca passou por situação semelhante. Ele conta que a trupe estava há dois anos na estrada, percorrendo vários estados do Brasil e, foi surpreendido pela pandemia ao chegar a Minas, onde estariam mais perto de casa.

A subsistência da família vem do dinheiro arrecadado com os espetáculos, mas com a atividade interrompida, todos dependem da ajuda de pessoas da comunidade para comer, fazer a higiene pessoal e se proteger do coronavírus.

“Estamos sem apoio de nada. E não temos ideia de quando poderemos voltar a trabalhar ou ir embora para casa. Nosso ramo é esse. São filhos e netos seguindo a profissão. Não temos Bolsa Família, não temos nenhum auxílio do governo e pedimos a ajuda da imprensa, das pessoas que puderem nos ajudar de alguma maneira”, disse Narciso.

Ele afirma ainda que integrantes do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da Prefeitura de Montes Claros estiveram no local, mas, na prática, nada foi feito até o momento. “Vieram aqui, mas não nos falaram nada. Estamos sem saída”, completou.

A presidente da Associação dos Moradores do Distrito de Nova Esperança, Helen Tatiane Santos, tem se desdobrado para ajudar a diminuir o sofrimento da família. Ela sugere que o município tome alguma atitude, como alugar uma casa temporariamente para a família ou utilize alguma política de acolhimento para minimizar a angústia dos integrantes do circo.

“São quatro adultos e seis crianças. Eles não conseguiram o auxílio emergencial e na família tem uma mulher grávida. Estamos ajudando a organizar uma doação de fraldas e roupinhas para bebê. A nossa comunidade é muito companheira e todos que passam dificuldade nos juntamos para auxiliar. No caso deles, os trailers estão precários, a situação é realmente muito complicada e eles estão no grupo de risco, ou seja, ficam mais expostos à doença”, alertou.

A reportagem buscou retorno da Secretaria de Desenvolvimento Social, mas as ligações não foram atendidas. A informação é a de que as atividades foram reduzidas no setor. A Assessoria de Comunicação da Prefeitura também não deu retorno até o fechamento desta edição.


 

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