
Moradores das comunidades rurais de Riacho Fundo, Serra Velha, Olhos D’Água e adjacências estão preocupados com a situação das estradas, que estão danificadas e sem previsão de reparo. O presidente da Associação de Riacho Fundo, Adenilson Leite, encaminhou documento ao Ministério Público, pedindo intervenção junto à Secretaria de Agricultura.
“Nós não temos opção de estrada. Procuramos o secretário de Agricultura várias vezes, pedindo solução, e nada foi feito. Foi aberta uma estrada próxima e não entendemos porque a nossa demanda não foi atendida. O que leva a crer que a escolha pode ser política”, disse Adenilson.
De acordo com o presidente da associação, cerca de 70 famílias são afetadas, podendo perder o que produzem, em razão da dificuldade de acesso a Montes Claros.
“Os produtos precisam ser levados à Ceanorte. É uma cadeia. Sem estrada, não adianta produzir, porque a mercadoria não vai chegar. É prejuízo para o produtor e para o consumidor final, que deixa de contar com o alimento em sua mesa”.
ESCOLA
No documento encaminhado ao Ministério Público, a associação destaca que nos próximos dias os pais deixarão de mandar as crianças à escola, em razão do perigo. O transporte escolar rural leva alunos das comunidades citadas à Escola Nair Fonseca Brandão, em Canto do Engenho. Além das estradas intransitáveis, a ponte de acesso à comunidade de Olhos D’Água está em situação precária. Osmane Fonseca, motorista de uma das quatro kombis que fazem o transporte dos alunos, contou que um vizinho chegou a jogar bagaço de cana sobre a estrada, para diminuir o risco.
“Pode acontecer uma tragédia. O próprio curso que a gente faz para trabalhar na função prega a prevenção. Se o motorista identifica risco, a responsabilidade é dele. Não será o município o culpado e, sim, os motoristas. Nós já pedimos e alertamos, mas não recebemos nem resposta. A solução vai ser interromper o transporte”, alerta Osmane.
O secretário de Agricultura, Osmani Barbosa, afirmou à reportagem que existem outras seis pontes nas mesmas condições, mas não há maquinário suficiente para atender a demanda.
“Vamos fazer essa estrada e ponte. Está no planejamento, mas trabalhamos com o que temos”, disse. Sobre a paralisação das aulas, sugerida pelas associações e por pais de alunos, o secretário lembrou que a demanda é da Secretaria de Educação. Até o fechamento desta edição, a secretária de Educação, Rejane Veloso, não foi encontrada para falar sobre o assunto.