Copasa vai buscar água no São Francisco para abastecer MOC

Projeto já está pronto e processo licitatório deve acontecer ainda este ano

Carlos Castro Jr.
09/11/2019 às 06:53.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:37
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

A falta de chuva no Norte de Minas, sobretudo nos pontos de captação da Copasa, tem aumentado a possibilidade de racionamento de água em Montes Claros, como O NORTE mostrou na edição de ontem. Para solucionar o problema de vez na cidade, a empresa afirma que iniciará, até o fim deste ano, o processo licitatório para buscar água no rio São Francisco, em Ibiaí.

De acordo com o superintendente da Copasa, Luis Roberto Botelho, o projeto para captação no Velho Chico já está pronto e a empresa já tem a verba disponível. A nova obra vai levar água de Ibiaí a Coração de Jesus, no rio Pacuí, onde a Copasa já tem tubulação para trazer o recurso até Montes Claros.

Luis Botelho explica que essa é a segunda parte do projeto que visa acabar de vez com a falta de água na maior cidade do Norte de Minas pelos próximos 30 anos. A empreitada custará R$ 188 milhões, com a construção de 91 quilômetros de tubulação. A previsão é a de que seja concluída em dezembro de 2021.

O sistema de captação do Pacuí custou cerca de R$ 100 milhões, com 56 quilômetros de tubulação. Ele alerta que a obra não isentará a região de continuar atrás de novas fontes de água. 

“Buscando água em Ibiaí, vamos garantir abastecimento até 2048. Daqui 30 anos será preciso outra fonte de abastecimento e, até lá, a Barragem de Congonhas será importante. O que a cidade ganhou foi um prazo maior para viabilizar Congonhas”, disse Botelho. 

Depois de concluído, o sistema conseguirá captar, no tempo de seca, 500 litros por segundo (l/s). Hoje, no período sem chuva, o Pacuí fornece apenas 100 l/s.
 
PACUÍ 
Em outubro, O NORTE mostrou que o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) declarou situação de escassez hídrica em parte da bacia do Pacuí, utilizado para o abastecimento, além de Montes Claros, de Coração de Jesus e São João da Lagoa.

O instituto determinou a redução da captação diária em 20% para consumo humano e abastecimento público; 25% para irrigação; 30% para indústria e 50% para demais destinações. As restrições seguem até 30 deste mês.

Contrária ao projeto de captação de água no Pacuí, a Prefeitura de Coração de Jesus, logo após a decisão, voltou a acusar a Copasa pela baixa no volume de recursos hídricos no rio.

O secretário de Agricultura do município, José Maurício Melo, chegou a protocolar uma segunda ação no Ministério Público do Meio Ambiente relatando o problema. “O povo está assustado, pois nunca vimos o rio nesta situação. Logo depois que a Copasa começou com isso (captar água), as lavouras não têm mais irrigação, pois a água não chega às bombas”, disse à época. 

Para O NORTE, o superintendente da Copasa afirmou que o impacto na captação do Pacuí é mínimo e que a empresa faz monitoramento às 6h, 12h e 18h para definir a quantidade de água que será captada.

“O que acontece é que, neste intervalo, existe um consumo de uso não autorizado acima da nossa captação. Muita irrigação acima da captação e os órgãos competentes estão combatendo isso”, diz Botelho. 

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